A farra do uso de celulares e redes sociais nos presídios de Pernambuco

Publicado em 08/05/2017 às 11:00
Apesar de serem proibidos, celulares continuam sendo encontrados com facilidade nas unidades prisionais. Foto: Seres/Arquivo
FOTO: Apesar de serem proibidos, celulares continuam sendo encontrados com facilidade nas unidades prisionais. Foto: Seres/Arquivo
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Apesar de serem proibidos, celulares continuam sendo encontrados com facilidade nas unidades prisionais. Foto: Seres/Arquivo Apesar de serem proibidos, celulares continuam sendo encontrados com facilidade nas unidades prisionais. Foto: Seres/Arquivo Apesar das constantes denúncias sobre o uso de celulares e outros eletrônicos em presídios de Pernambuco, a Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres) não consegue dar um basta ao problema. E isso é possível comprovar, inclusive, nas revistas realizadas nas unidades prisionais. Sempre é encontrada uma grande quantidade de aparelhos escondidos. Nesse domingo (07), repercutiu nas redes sociais a denúncia de que o comerciante Edvan Luiz da Silva, de 32 anos, acusado de estuprar e assassinar a fisioterapeuta Tássia Mirella, 28, em Boa Viagem, pode ter usado as redes sociais no Presídio de Igarassu. A denúncia foi publicada com exclusividade pelo Ronda JC. A Seres acredita que as postagens foram feitas em um perfil falso, mas disse que vai encaminhar o caso para investigação da Polícia Civil. Mas não é de hoje que acusados de crimes de repercussão no Estado usam celulares e até computadores em presídios, como já foi denunciado aqui mesmo neste blog. Em julho de 2016, veio à tona a denúncia de que os empresários presos na Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal naquele ano, usaram computadores e telefones fixos dentro do Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, onde estavam sob força de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça Federal. Um detento da unidade prisional, onde estão os quatro suspeitos desde o último dia 21, teria facilitado o uso dos aparelhos, cujo acesso é restrito apenas aos agentes penitenciários e outros funcionários autorizados pela direção. O uso dos computadores e telefones aconteceu na mesma noite em que João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos na Operação Turbulência. Segundo agentes penitenciários, os presos teriam aproveitado a oportunidade para realizar até transferências bancárias. Várias ligações também foram feitas para parentes e outros contatos dos empresários. Tudo dentro do setor de saúde da unidade prisional e sem qualquer vigilância. Após a descoberta, o detento responsável, identificado apenas como Marcos, foi isolado dos demais. Já os empresários foram encaminhados de volta às celas especiais. Eles tiveram o benefício porque alegaram, à época, ter diploma de ensino superior. Nenhum deles sofreu punição. Todos já estão soltos. Na época, após denúncia do Ronda JC, a Seres informou que "tomou as devidas providências com relação ao fato, inclusive com o encaminhamento de um reeducando concessionado (que trabalha) ao conselho disciplinar". Relembre o caso Médico também usou celular Cirurgião Cláudio Amaro é apontado pela polícia como o mandante do assassinato de Artur Eugênio. Foto: JC Imagem Cirurgião Cláudio Amaro é apontado pela polícia como o mandante do assassinato de Artur Eugênio. Foto: JC Imagem Outro caso polêmico foi registrado em 2015. O médico Cláudio Amaro Gomes, acusado de ser mandante do assassinato do médico Artur Eugênio de Azevedo, em maio de 2014, e o filho dele, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, já condenado pelo crime, teriam usado  celulares diferentes para fazer ligações de dentro do Cotel. Consta nos autos do processo judicial que pai e filho teriam telefonado para testemunhas do caso e as coagido. A prova foi uma das que serviu de base à juíza Inês Maria de Albuquerque Alves, da 1ª Vara do Júri de Jaboatão dos Guararapes, na época, para decidir pela permanência dos acusados na prisão. Segundo a magistrada, as ligações de dentro do presídio, coagindo testemunhas, "deixa claro a infringência das normas do sistema carcerário, além de, indiretamente, está inibindo as testemunhas e, claramente, interferindo nas investigações". Leia Também Lembra da festa no presídio feminino do Recife? Ninguém foi punido Justiça manda transferir assaltantes de bancos do Cabo para presídio federal Detentos ligados ao PCC foram transferidos de presídio do Recife, afirma MPPE    

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