Júri popular dos Canibais de Garanhuns pode ser adiado

Publicado em 29/03/2018 às 9:45
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Trio será julgado pelas mortes de mais duas vítimas. No total, foram três assassinatos comprovados pela polícia. Crédito: Polícia Civil Previsto para o dia 26 de abril deste ano, o julgamento do trio que ficou conhecido como "Canibais de Garanhuns" pode ser adiado. Isso porque a defesa de Isabel Cristina Torreão Pires, uma das acusadas de esquartejar mulheres e comer os restos mortais, solicitou o desaforamento do júri popular para outro município de Pernambuco. Um dos motivos seria a comoção do caso em Garanhuns, no Agreste, onde ocorreram os crimes. A defesa teme que isso possa influenciar a decisão dos sete jurados, que vão julgar os réus pelos homicídios de duas mulheres em 2012. Além de Isabel, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira (considerado o mentor dos crimes) e Bruna Cristina Oliveira da Silva respondem por duplo homicídio triplamente qualificado, ocultação e vilipêndio de cadáver de Alexandra Falcão, 20 anos, e de Giselly Helena, 31. Os crimes foram registrados em Garanhuns. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o pedido de desaforamento foi encaminhado ao Ministério Público, que vai dar um parecer se concorda ou não com a mudança. "Com o retorno dos autos à Câmara Regional de Caruaru, onde o desaforamento será julgado, ainda haverá parecer do Ministério Público no 2º Grau. Em seguida, o pedido é encaminhado para julgamento. Devido ao trâmite obrigatório, ainda não há previsão de quando a decisão vai ocorrer", informou, em nota, o TJPE. O Ronda JC não conseguiu contato com o atual advogado de Isabel Pires, responsável pelo pedido de desaforamento. Essa é a segunda vez em que os canibais vão a júri popular. Em 2014, Jorge, Bruna e Isabel foram condenados pela primeira vez pelo homicídio quadruplamente qualificado da Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos, em Olinda. Essa teria sido a primeira vítima do trio. Jorge pegou a maior pena: 23 anos de reclusão. Isabel e Bruna pegaram 20 anos de prisão cada uma. RELEMBRE O CASO Segundo as investigações da Polícia Civil de Pernambuco, as vítimas eram atraídas com promessas de emprego de babá e chegaram a morar com os réus. Elas foram assassinadas a facadas, depois tiveram os corpos esquartejados. O trio ainda confirmou que praticava canibalismo. Em depoimento à polícia, gravado e disponível na internet, Isabel ainda disse que os restos mortais teriam sido usados em salgados, como coxinhas e empadas, vendidos em Garanhuns. Os acusados alegaram que os crimes faziam parte da proposta de uma seita chamada Cartel, que tinha por objetivo diminuir a densidade demográfica. Para isso, deveriam exterminar mulheres que tivessem filhos, mas sem condições de criá-los. A seita foi criada por Jorge. Os Canibais de Garanhuns foram presos em 2012, após a polícia descobrir que eles estavam usando os cartões de crédito de uma das vítimas. Quando chegaram à casa deles, uma criança - filha de Jéssica - apontou para o quintal e disse que ali estavam os corpos das vítimas. Atualmente, Jorge Negromonte está preso na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. Bruna Cristina e Izabel Pires estão presas na Colônia Penal Feminina de Buíque. LEIA TAMBÉM Há dois anos no STJ, pedido de novo júri para o Caso Serrambi segue indefinido Acusado de matar a estudante Remís Costa vai passar por exames mentais TJPE marca júri popular para acusado de assassinar a estudante Maria Alice

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