Caso Beatriz: Polícia prepara reprodução simulada com suspeito e pais da criança
Será a primeira vez que os pais da menina vão encontrar o suspeito do crime
Para tirar as últimas dúvidas e fechar o inquérito sobre o assassinato de Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, a Polícia Civil prepara uma reprodução simulada, que deve contar com a presença do suspeito do crime, Marcelo da Silva, de 40 anos, e também dos pais da criança. A expectativa é para que isso ocorra nos próximos dias, mas, diante da reviravolta que a defesa tenta emplacar para o caso, pode ser que a reprodução simulada seja adiada. Os delegados da força-tarefa que apuram o caso, ocorrido há seis anos em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, mantêm sigilo sobre a data por medida de segurança.
O suspeito de assassinar a menina foi identificado e revelado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) na semana passada. A identificação foi possível graças ao confronto do DNA encontrado na faca usada no crime com o do suspeito, que estava no banco de dados nacional. Após o resultado ser positivo, os delegados foram ao presídio onde o suspeito cumpre pena por outros crimes e, em depoimento gravado, ele confessou ser o autor da morte de Beatriz. Para embasar ainda mais o inquérito - sem deixar arestas - o Ministério Público solicitou mais diligências antes de decidir pela denúncia à Justiça.
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Apesar de a promotora de Justiça Ângela Cruz, coordenadora do Grupo de Atuação Conjunta Especial (Gace), que acompanha o caso, ter concedido entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, ela se recusou a dar entrevista aos veículos do Estado nesta semana.
A menina foi morta em 10 de dezembro de 2015, quando estava na formatura da irmã, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Ela saiu do lado dos pais para beber água e desapareceu. O corpo dela foi achado dentro de um depósito de material esportivo da instituição com uma faca cravada na região do abdômen e ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores.
NOVO ADVOGADO
Apesar da confissão do suspeito e da prova do DNA, o advogado Rafael Nunes, que assumiu a defesa de Marcelo, afirmou nessa terça-feira (18) que ele era inocente e que havia escrito uma carta, denunciando ter sofrido pressão para assumir a culpa pelo crime. O advogado, que reconheceu nunca ter tido acesso ao inquérito, ainda fez questionamentos sobre o caso, com base apenas no que viu pela imprensa. Ele ainda não quis informar quem o contratou para assumir a defesa do suspeito, que já tinha outra advogada.
Lucinha Mota afirmou, durante uma live, que não acredita nessa nova versão de inocência do suspeito. Ela chegou a assistir, em vídeo, o depoimento dele à polícia.