SEGURANÇA

Em Pernambuco, 385 policiais militares respondem a processos administrativos

Investigações podem resultar em punições que vão de advertência até exclusão da corporação

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Raphael Guerra

Publicado em 13/04/2022 às 7:00
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Em Pernambuco, atualmente, 385 policiais militares respondem a processos administrativos disciplinares. Conhecidas como PADs, as investigações conduzidas pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) podem resultar em punições que vão desde uma advertência ou até a exclusão da corporação - a depender da gravidade. O processo pode também acabar em arquivamento. 

O levantamento foi obtido pela coluna Ronda JC, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Os dados foram atualizados no último mês de março. 

Entre os investigados em processos administrativos na Corregedoria, estão os policiais militares envolvidos na ação violenta contra manifestantes que participavam de um ato pacífico de repúdio ao governo do presidente Jair Bolsonaro, em maio de 2021. Na ação, dois PMs também atiraram em dois trabalhadores que perderam a visão. Os militares foram indiciados criminalmente pela Polícia Civil. 

Ao todo, 16 PMs (três oficiais e 13 praças) foram identificados e afastados das atividades nas ruas. Desde então, respondem a PADs e ainda não houve, oficialmente, a publicação com resultado das investigações.

"A Corregedoria finalizou, na esfera administrativa, cinco dos sete Processos Administrativos Disciplinares (PAD) instaurados. Dois desses relatórios concluídos aguardam parecer técnico da Corregedoria Auxiliar Militar, enquanto outros três estão em análise para elaboração de parecer do Corregedor Geral. Dois processos continuam em andamento", informou a SDS, no final do mês passado.

EXCLUSÃO DA POLÍCIA MILITAR

Ao todo, 48 policiais militares foram excluídos da corporação em 2020. No ano passado, o número cresceu para 63. Os números também foram obtidos por meio da LAI. 

Um dos casos foi o do ex-soldado da PM Everaldo Epifânio Lopes, excluído da Polícia Militar de Pernambuco em outubro de 2021. Ele foi investigado pela acusação de fazer parte de um grande esquema de agiotagem na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Segundo as investigações da Corregedoria da SDS, Everaldo emprestava dinheiro com a cobrança de abusivas taxas de juros, além de causar constrangimento aos devedores, mediante ameaças e atos de violência. Por causa disso, ele e outros policiais suspeitos foram alvos da Operação Usura, desencadeada pela Polícia Civil em 03 de setembro de 2015.

Em 15 de agosto de 2015, ou seja, dias antes da operação, o policial teria agredido fisicamente uma mulher em frente ao Banco do Brasil no bairro do Janga, em Paulista, na RMR, para que ela pagasse o que devia.

Na esfera criminal, o militar foi condenado pela Justiça a uma pena de cinco anos e seis meses de prisão, com base no artigo 158 do Código Penal Brasileiro (Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica).

 

 

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