Pela primeira vez em 2022, Pernambuco conseguiu fechar um mês com redução dos homicídios. Em julho, 243 pessoas foram assassinadas. Foram 17 mortes a menos do que no mesmo período de 2021. Percentualmente, a queda foi de 6,5%.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (15) pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Mas, apesar da redução observada em julho, Pernambuco acumula um aumento de 8,3% no número de homicídios em 2022. Entre 1º de janeiro e 31 de julho, 2.101 pessoas foram assassinadas. Já no mesmo período de 2021, foram 1.939 mortes.
A meta do programa Pacto pela Vida é de redução anual de 12%.
Segundo a SDS, grupos ligados ao tráfico de drogas são responsáveis por mais de 80% das mortes violentas em Pernambuco.
A Região Metropolitana (sem incluir a capital) também conseguiu apresentar uma redução dos homicídios em julho. Foram 59 mortes no mês passado contra 76 no mesmo período de 2021. A queda foi de 22,37%.
Apesar disso, a Região Metropolitana continua sem atingir a meta de redução. No acumulado dos sete primeiros meses de 2022, a região somou 601 homicídios. Já no mesmo período de 2021, foram 559. Crescimento de 7,5%.
Na capital, os números são bem semelhantes. A SDS registrou 328 homicídios entre janeiro e julho deste ano. Dois a menos do que no mesmo período de 2021.
Apenas este ano, de acordo com a SDS, 1.059 homicidas foram presos em Pernambuco, sendo 177 no mês passado.
Chamou a atenção o aumento da violência no Sertão de Pernambuco no mês de julho. A polícia somou 45 assassinatos - dez a mais do que em julho de 2021. A variação foi de 28,57%.
Se analisados os sete primeiros meses de 2022, também houve crescimento das mortes. Ao todo, 275 pessoas foram assassinadas no Sertão neste ano. Já no mesmo período de 2021, foram 243 vítimas. O aumento foi de 13,1%.
O Sertão também teve uma variação de 7,48% no número de Crimes Contra o Patrimônio (roubos e furtos) em julho. Saiu de 214 registros para 230.
Questionada pela coluna Ronda JC, a SDS se pronunciou sobre o aumento da violência no Sertão por meio de nota.
"Tivemos casos de tentativas de homicídio ocorridas em meses anteriores e que resultaram em morte no mês de julho, além de crimes de proximidade e tendo como motivação as atividades criminais. Em significativa parte desses delitos, já temos inquéritos com indicação de autoria", disse o delegado João Leonardo Cavalcanti, diretor integrado do Interior 2 da Polícia Civil.
"Verificamos, no mês passado, um aquecimento especialmente nas Áreas Integradas de Segurança 20 (sede em Afogados da Ingazeira) e na 25 (sede em Cabrobó), mas providências adotadas já surtiram efeito e nos dão boas perspectivas de retração da atividade criminal. Na mesma AIS 20, por exemplo, já são 22 dias sem mortes violentas desde o último homicídio", informou o delegado, por nota.