Com Estadão Conteúdo
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou, na noite desta segunda-feira (31), que iniciou operação para liberar rodovias bloqueadas por manifestantes apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) após vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
A medida ocorre depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a liberação imediata das vias públicas.
"Nosso protocolo é o diálogo. Seguido disso, informamos a decisão e a multa de R$ 100 mil por hora, tanto para pessoa física quanto para CNPJ. Não sendo respeitadas as deliberações, nós vamos aplicar o uso da força, sim", disse o coordenador-geral de comunicação da PRF, Cristiano Vasconcellos.
O DIRETOR DA PRF PODE SER PRESO?
Moraes ordenou que a PRF e as Polícias Militares tomem "todas as medidas necessárias e suficientes". Ele também determinou a identificação dos caminhões envolvidos nos bloqueios, para aplicação de multa horária de R$ 100 mil.
A decisão deixa expresso que, se a PRF não agir "imediatamente", o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, pode ser afastado do cargo e preso em flagrante por crime de desobediência.
QUEM É O DIRETOR DA PRF?
Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF, ocupa o cargo desde abril do ano passado. Ele foi indicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Vasques tem fotos com Bolsonaro e com a primeira-dama nas redes sociais e é considerado um "bolsonarista" dentro da PRF. Além disso, ele tem relações diretas com a base política do presidente no Rio de Janeiro.
O diretor-geral da PRF publicou, em sua conta do Instagram, uma foto da bandeira do Brasil com os dizeres "Vote 22 - Bolsonaro Presidente", pouco antes do segundo turno.
Silvinei Vasques tem 47 anos e, desde 1995, é servidor da PRF. Paranaense, o diretor é graduado em Ciências Econômicas, em Direito e em Administração de Empresas, de acordo com informações no portal oficial da PRF.