A demanda sobre a assistência hospitalar tem sido um dos termômetros para analisar a extensão da epidemia de covid-19 em Pernambuco, que acumula hoje 4.394 pacientes internados em leitos hospitalares públicos e privados com diagnóstico laboratorial positivo da doença. Desse total, 4.057 estão em leitos de enfermaria e 337 em unidades de terapia intensiva (UTI). É um número expressivo, mas que chegou a ser maior, com quase 5 mil internações há pouco mais de 20 dias. Em algumas cidades, como Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Cabo de Santo Agostinho, a pressão que a covid-19 tem feito na assistência hospitalar tem sido, dia após dia, menor.
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Para se ter ideia, no dia 23 de junho, o Recife liderava a lista dos municípios com mais pacientes graves (854 ao todo) internados com a infecção. Cinco dias depois, esse número passou para 709. Na quarta-feira (15), a capital tinha menos da metade desse registro, caindo para o quarto lugar na lista, com 334 moradores em hospitais: 300 em enfermaria e 34 em UTI.
“Estamos acompanhando esse indicador, que mantém a tendência de queda sustentada e a estabilidade em baixa. Proporcionalmente o Recife vai diminuindo a participação entre os municípios que mais demandam leitos no Estado. Isso é reflexo de algumas atitudes que tomamos ao longo do enfrentamento à epidemia, como início precoce de medidas restritivas, antes mesmo do acúmulo do número de mortes”, explica o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. No dia 14 de março, dois dias após a confirmação dos primeiros casos de covid-19 na cidade, a gestão municipal começou a adotar as primeiras ações de distanciamento e isolamento social.
O maior desafio agora, quando se vivencia queda dos números da epidemia em paralelo à reabertura gradual das atividades socioeconômicas, é evitar o repique de casos, pois o vírus continua circulando, embora tenha decrescido a velocidade de transmissão. “O mais cauteloso, nesta fase de retomada, é abrir (os serviços e as atividades) e observar, como temos feito. Até o momento, não constatamos efeito rebote nem retrocedemos”, acrescenta Jailson.
Uma análise entre o dia 23 de junho (data em que a Secretaria Estadual de Saúde começou a publicar os casos de covid-19 por internação e município de residência) e esta quarta-feira (15) aponta outras particularidades da curva epidêmica em algumas cidades. Em Olinda, por exemplo, o peso da epidemia na assistência hospitalar continua o mesmo: saiu de 500 pacientes internados em 23/6 para 503 na quarta (15). Um incremento foi observado em Abreu e Lima, que saltou de 105 para 122 pessoas infectadas em vagas de enfermaria e UTI. Já o município de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata, totalizava 125 moradores em leitos de unidades de saúde, mas não aparece mais entre as 20 cidades do Estado com mais casos graves internados.
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