Diante da flexibilização das atividades, em muitas cidades, na retomada econômica em meio à Covid-19, diversas academias estão reabrindo e surge uma nova preocupação médica, em relação às possíveis lesões de quem ficou muito tempo parado: as fraturas por estresse ou a lesão do Ligamento Cruzado Anterior, conhecido com LCA. Retomar a prática esportiva de uma hora para outra, sem recondicionar o corpo para isso, pode ser um desastre. Estudos com atletas após férias mostram que um mês parado pode levar a até 30% de perda de força muscular. O que se vê agora são cinco meses de reclusão e um nível de sedentarismo ainda maior do que os atletas costumam passar em suas férias.
Especialista em joelho e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, o Dr. João Hollanda explica que a rotura completa do ligamento superior cruzado ou as lesões musculares costumam aumentar quando o atleta vem de um período de destreinamento. “As fraturas por estresse também estão associadas a um aumento repentino na prática esportiva. Atletas recreativos e amadores tendem a ter uma ‘reserva’ física mais limitada e piores condições para se exercitarem durante a pandemia, o que sugere um risco ainda maior”, avalia.
Independentemente da modalidade esportiva, é inerente ao esporte a realização de movimentos repetitivos, nos quais algumas musculaturas são muito estimuladas e outras não. “Quando isso não é adequadamente abordado por meio da preparação física, é comum que os atletas desenvolvam desequilíbrios ou fraquezas musculares, o que contribui para a ocorrência de lesões”, explica o especialista em joelho.
Assim, o Dr. João Hollanda listou algumas dicas e cuidados a serem tomados para quem esteja considerando uma retomada das atividades físicas:
Vale lembrar que a fraqueza muscular e outras deficiências relacionadas ao movimento são problemas comuns na maior parte dos pacientes com dor crônica, como hérnia de disco, condromalácia, artrose, tendinite ou bursite. Se, por um lado, a dor leva a uma deficiência muscular, a deficiência muscular faz com que a dor piore ainda mais. Por isso, a atividade física é indicada para qualquer pessoa e em qualquer idade, porém sempre com acompanhando de especialistas.
Por fim, é importar lembrar que apesar das medidas de flexibilização, a pandemia do novo coronavírus ainda não acabou. Assim, dê preferência a se exercitar sozinho e em locais e horários com pouca aglomeração e higienize as mãos regularmente.
O Dr. João Hollanda é médico ortopedista especialista em joelho e lesões no esporte e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.