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Com ocupação de 83% em UTI, rede hospitalar da covid-19 segue pressionada em Pernambuco

No Recife, a demanda por leitos municipais, assim como pelos estaduais, reflete a evolução no incremento de casos que precisam de atenção especializada

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 30/11/2020 às 2:00
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REFORÇO Estado anunciou mais 70 leitos na semana passada, sendo 20 para UTI e 50 para enfermaria - FOTO: DIVULGAÇÃO
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Com a alta da pandemia vivenciada em Pernambuco ao longo deste mês, a assistência hospitalar passa a sentir novamente a pressão da covid-19, após passar por meses de estabilidade. Mesmo com aumento na quantidade de leitos de terapia intensiva (UTI) exclusivos para pacientes com suspeita ou confirmação do novo coronavírus, o Estado chegou ontem a 83% na taxa de ocupação, considerando o total de 829 vagas desse tipo - 13 a mais do que no sábado (28).

No Recife, a demanda por leitos municipais, assim como pelos estaduais, reflete a evolução no incremento de casos que precisam de atenção especializada. No fim de semana, 92 das 120 vagas municipais de UTI estavam ocupadas. Há dois meses, 53 pacientes recebiam cuidados nesses leitos. A elevação na demanda voltou a ser mais frequente no fim de outubro, o que tem levado as autoridades a aumentar o número de vagas voltadas a pacientes com suspeita ou confirmação da infecção pelo novo coronavírus.

Os indicadores recentes traduzem como o repique de casos precisa ser visto como um alerta pela população em geral, pelos governos estadual e municipais. Só no sábado (29), foram confirmados laboratorialmente mais de 2 mil novos casos da doença. Desde o início da pandemia, em março, esse foi o segundo dia em que Pernambuco teve o maior número de registros de uma só vez. A outra data foi durante o pico da curva epidêmica, em 16 de maio, com 2.279 casos de covid-19.

Outro dado que vem despertando a atenção e preocupa é o número de óbitos por covid-19 em investigação no Estado, em comparação com os números de setembro e outubro. Ontem 97 mortes por síndrome respiratória aguda grave (srag) aguardavam resultado laboratorial para se confirmar ou descartar o novo coronavírus como causa. Há um mês, eram 35 óbitos em investigação; em 29 de setembro, 21 aguardavam resultado dos exames.

Na quinta-feira (26), em coletiva de imprensa, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, comunicou que o governo reforçaria a rede de assistência com 70 leitos, sendo 20 de UTI. Pelo o que mostra o boletim epidemiológico de ontem, 13 já foram reativadas, mas não foram o suficiente para fazer cair a taxa de ocupação no Estado. Outras 50 vagas de enfermaria também serão desbloqueadas. Elas serão abertas no antigo Alfa, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e na Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda.

Nas últimas semanas, Pernambuco já havia feito o desbloqueio de 107 leitos, sendo 50 de UTI e 57 de enfermaria, nos hospitais Maria Vitória, no bairro de Areias; Evangélico, na Torre; e no antigo Alfa. "Quero destacar que temos trabalhado com o máximo de transparência e adotado os mais rígidos parâmetros científicos em nossas análises sobre o cenário desta doença. E, dessa maneira, reforço que a pandemia ainda não acabou. O vírus continua entre nós. Neste momento, só a prevenção nos protege efetivamente contra o vírus", ressaltou André Longo. Ele ainda alertou para o senso de responsabilidade da população. "O relaxamento nos cuidados, de forma recorrente, poderá trazer um aumento na contaminação, gerar novos casos e propiciar mais mortes", acrescentou o secretário. 

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