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Vacina contra covid-19: Recife terá equipes itinerantes para campanha de imunização, diz secretária

"Mas vamos ter pontos para imunização fora das unidades de saúde. Pensamos em espaços amplos, como as unidades do Compaz", informa Luciana Albuquerque

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Cinthya Leite

Publicado em 10/01/2021 às 16:15 | Atualizado em 10/01/2021 às 16:30
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O plano de imunização contra covid-19 do Recife prevê descentralização para aplicação das doses e maior alcance do público-alvo, segundo antecipa a secretária municipal de Saúde, Luciana Albuquerque. "O nosso exercício é o meio-termo: não centralizar tanto para evitar aglomerações e também não descentralizar demais, pois precisamos de organização e segurança durante a campanha de vacinação. Mas vamos ter pontos para imunização fora das unidades de saúde. Pensamos em espaços amplos, como as unidades do Compaz", informa.

Além disso, de acordo com Luciana, o Recife definirá equipes itinerantes para vacinar idosos acamados e pessoas com deficiência. "Também pensamos em montar estratágia para os tralhadores da Educação serem imunizados nas escolas." A gestora ainda destaca que estuda a criação de um cadastro com todas as pessoas elegíveis para receber as doses contra a covid-19. "As pessoas se cadastram e, após definidos cronograma e pontos de vacinação, informamos o posto, a hora e o dia em que será aplicada a dose. Muitos detalhes estão no nosso radar de organização para a campanha", acrescenta Luciana Albuquerque.

Confira a entrevista com a secretária: 

Pouco mais de 5 anos após ter ficado à frente da atuação de Pernambuco na resposta à emergência da síndrome congênita do zika, a cirurgiã-dentista e sanitarista Luciana Albuquerque, 42 anos, assume a Secretaria de Saúde do Recife. Ela tem a missão de concretizar o plano de vacinação contra a covid-19 na capital. Nesta entrevista, ela conversa com Cinthya Leite sobre os principais passos para operacionalizar a campanha, além de outros temas.

JC - Qual a maior missão ao assumir a pasta da Saúde no Recife?

LUCIANA ALBUQUERQUE - Sinceramente eu não esperava; achava que era só uma especulação. É uma grande missão. Considero que a Saúde, por si só, já é um grande desafio. E, quando se soma a isso, uma grande pandemia sem precedentes, essa missão se torna ainda maior. O grande trabalho é articular a rede de saúde com as necessidades da população, fortalecendo os oito distritos sanitários da capital. Quem deve ordenar a rede de serviço, quem deve dizer o que merece ser encaminhado para média e alta complexidade é a resolutividade da atenção básica. Essa fala parece lugar-comum, mas é isso que precisamos colocar em prática. É fácil? Não! Mas essa vai ser a nossa missão aqui.

JC - Como a senhora avalia o trabalho da atenção básica no enfrentamento à covid-19?

LUCIANA ALBUQUERQUE - Acho que a atenção básica entrou muito tardiamente nesse processo, e ela é fundamental porque tem um grande papel de conhecer o que acontece nas comunidades, de investigar se tem muita gente adoecendo, se há muitos contactantes de pessoas infectadas. Isso é importante para fazer o rastreamento dos contatos das pessoas doentes, que é uma grande tarefa para se parar um pouco a transmissão (do novo coronavírus). No início da pandemia, pela escassez de testes, esse rastreamento não foi tão efetivo. Ainda é tempo de resgatar e fazer isso.

JC - Muitas pessoas têm reclamado da demora para liberação de resultado dos testes de covid-19. Como resolver isso?

LUCIANA ALBUQUERQUE - Assim que assumi esta pasta, uma das primeiras coisas que falei com o prefeito João Campos foi sobre o laboratório municipal. Precisamos fortalecê-lo para dar também essa resposta (de agilidade para os resultados dos exames). Hoje o município envia as amostras para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco), e a gente quer dar um passo à frente: assumir o nosso próprio processamento dos testes. Somos uma grande capital, e vale a pena sim esse investimento. Queremos fazer tudo isso o quanto antes.

JC - Como tem planejado a operacionalização da campanha de vacinação contra a covid-19?

LUCIANA ALBUQUERQUE - O ideal é que Ministério da Saúde assuma a compra das vacinas e faça distribuição aos Estados e municípios. Se não ocorrer, o Estado e a capital farão a compra. Para isso, temos contactado farmacêuticas fabricantes dessas vacinas. O prefeito já assinou memorando de entendimento com o Butantan e formalizou intenção de compra de 1 milhão de doses. A depender da produção do Butantan, podemos fazer a aquisição e avaliar ampliação do nosso grupo prioritário e antecipação das fases da campanha. Entramos em contato com Pfizer e outras empresas. Vamos procurar as que estiverem disponíveis para firmar intenção de compra para nos resguardar. Acredito que tudo vai dar certo.

JC - A senhora está otimista em relação às possibilidades de data para o início da vacinação no Brasil, ressaltadas pelo ministro Pazuello na última quinta-feira (7)?

LUCIANA ALBUQUERQUE - Eu estava apostando em março, mas os últimos movimentos têm me deixado otimista para antes disso termos a vacina.

 

 

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