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Sputnik V e Covaxin: Ministério da Saúde negocia aquisição de 30 milhões de doses das vacinas

Expectativa é ter acesso imediato aos imunizantes para ampliar a vacinação da população brasileira

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 03/02/2021 às 19:27 | Atualizado em 03/02/2021 às 21:01
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O Ministério da Saúde se reúne, nesta sexta-feira (5), com representantes do instituto russo Gamaleya, fabricante da vacina Sputnik V, e do laboratório indiano Bharat Biotech, fornecedor do imunizante Covaxin, para negociar a aquisição de mais 30 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. A decisão de avançar as negociações ocorre após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o novo protocolo com simplificação do processo de concessão de uso emergencial e temporário de vacinas, dispensando a realização de estudos clínicos de fase 3. A expectativa da pasta é ter acesso aos imunizantes ainda em fevereiro.

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Doses

Além dos memorandos de entendimento previamente celebrados, o Ministério da Saúde discute, nesta sexta-feira (5), os termos contratuais conforme minutas de contrato solicitadas, com as bases das negociações, cronograma de entregas e valores das doses dos imunizantes.

A farmacêutica russa, que instalou uma linha de produção no Distrito Federal, adiantou à pasta que se houver acordo, poderá entregar um total de 10 milhões de sua vacina, entre fevereiro e março. Elas serão importadas da Rússia. E a partir de abril, passará a produzir mensalmente IFA (insumo farmacêutico ativo) e 8 milhões de doses no Brasil.

Com a mesma expectativa de êxito nas negociações, outros 8 milhões da Covaxin poderão ser entregues em fevereiro pela companhia da Índia, que afirmou ter condições de entregar mais 12 milhões de sua vacina no mês seguinte.

"Os resultados publicado no The Lancet sobre a eficácia da vacina russa Sputnik V, com resultado de 91,6% do imunizante em duas doses, acendeu mais uma esperança. Na Alemanha, Angela Merkel afirmou que as vacinas aprovadas pelo regulador de medicamentos da União Europeia seriam bem-vindas", diz o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, integrante dos comitês de imunização contra o coronavírus no Recife e em Pernambuco. Ele acredita que vacinas aprovadas pelas principais agências reguladoras do mundo, como o FDA e EMA, na União Europeia, deveriam ter sua aprovação facilitada no Brasil pela dificuldade de se conseguir vacinas em número suficiente no Brasil.

"A preocupação com o surgimento de novas variantes e o baixo ritmo da velocidade da vacinação, no País, pela falta das vacinas, são riscos que devemos reduzir. Sou a favor que qualquer vacina aprovada por grandes agências internacionais e com publicações de estudo de fase 3, em revistas de relevância e revisada por pares, possa ser liberada no Brasil devido à gravidade da pandemia", destaca Eduardo Jorge. 

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