Alta da covid-19: em Pernambuco, secretário prevê "aquecimento das taxas de contágio" nas próximas três semanas
Secretário André Longo diz que observa especialmente a cenário da pandemia na 1ª Macrorregião do Estado, da qual fazem parte 72 municípios, incluindo os do Grande Recife
Diante da prolongada alta dos indicadores da covid-19 em Pernambuco, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, alertou para a possibilidade de um novo aumento da taxa de contágio do novo coronavírus e de outros vírus respiratórios. "A gente reforça a nossa mensagem de proteção, especialmente nestas próximas três semanas, até a primeira quinzena de junho, quando deve haver um maior aquecimento das taxas de contágio por esse período fazer parte ainda da maior ocorrência de doenças respiratórias", destacou Longo, em coletiva de imprensa na última quinta-feira (20). Ele diz se referir não apenas à covid-19, mas a todas as outras síndromes respiratórias, que juntas geram pressão sobre o sistema de saúde.
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Diante desse cenário de estabilidade elevada da pandemia, em meio à sazonalidade dos vírus respiratórios no Estado, o secretário pede uma "mudança de comportamento das pessoas, do ponto de vista positivo", referindo-se à adoção de cuidados capazes de reduzir os riscos de transmissão do novo coronavírus. "Estamos adotando medidas restritivas mais intensas no Agreste e observamos as situações de outras macrorregiões, especialmente da primeira (da qual fazem parte 72 municípios, incluindo os da Região Metropolitana do Recife)."
O secretário ainda destacou que o comitê de enfrentamento à pandemia, em Pernambuco, faz análises diárias sobre a necessidade ou não de ampliar as restrições. "A gente está avaliando isso todos os dias para captar movimentos anormais (como incremento de casos graves e solicitação aumenta de leitos), como captamos no Agreste."
Leitos
Para fornecer assistência aos pacientes que evoluem para a forma grave da covid-19, Pernambuco tem trabalhado no limite da capacidade para abertura de novos leitos. "É preciso dizer que o Estado tem um turnover, uma rotatividade de leitos, o que leva a fazer mais de duas centenas de internações diariamente. Temos a maior rede de terapia intensiva do Norte, Nordeste, Centro -Oeste e até de alguns Estados do Sul do País. Isso faz com que o manejo desses pacientes permita alta rotatividade desses leitos, e a gente diminua a taxa de permanência desses pacientes fora desse ambiente hospitalar (em espera de uma vaga)", informou André Longo.
O secretário reconheceu que, nos últimos 15 dias, houve um aumento na fila de espera por leito de terapia intensiva (UTI). Na sexta-feira (21), por exemplo, 320 pessoas aguardavam uma vaga de UTI no Estado. No dia anterior (20), 293 pacientes estavam à espera de um leito desse tipo. "Isso passa a ser preocupante, sem duvidas. A nossa capacidade de ampliação de leitos já não é mais a mesma que foi no mês de março", destacou Longo.