Ignorância em não usar CoronaVac para vacinar crianças é imperdoável, diz fundador e ex-diretor da Anvisa
"Temos a tarefa de vacinar todas as nossas crianças tendo uma vacina eficaz e segura em estoque aqui no Butantan", diz o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto
A CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, deveria ser usada imediatamente na vacinação de crianças e adolescentes contra a covid-19 no Brasil. Essa é a opinião do médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, fundador e ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele participou da mesa-redonda do último dia do CoronaVac Symposium, evento online que reuniu pesquisadores de diversos países para debater os dados mais recentes sobre a vacina do Butantan e da Sinovac.
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“Temos a tarefa de vacinar todas as nossas crianças tendo uma vacina eficaz e segura em estoque aqui no Butantan. A ignorância em relação a utilizar a CoronaVac para vacinar nossas crianças e jovens é imperdoável”, destacou Gonzalo, ao lado do presidente do instituto, Dimas Covas, da médica Thelma Assis e do jornalista Marcelo Tas.
Para Gonzalo Vecina Neto, a pandemia de covid-19 só será vencida quando a cobertura vacinal se estender a todos os públicos e todos os países. Para isso, é necessário utilizar todos os imunizantes disponíveis e que tiveram sua segurança e eficácia comprovada, como a CoronaVac.
“Sem cobertura vacinal, o mundo não vai se livrar dessa doença, e a cobertura vacinal tem que ser feita com todas as vacinas disponíveis porque não tem produção mundial suficiente de uma única vacina. A CoronaVac se mostrou uma vacina eficaz e, provavelmente, de todas a mais segura. Nós deveríamos estar fazendo essas apostas”, ressaltou.
Durante o evento, Dimas Covas assinalou que o imunizante do Butantan e da Sinovac é o mais usado do mundo, inclusive já tendo sido aplicado em um grande número de crianças e adolescentes com segurança. “Somente na China, 84 milhões de crianças e adolescentes já foram vacinadas e o governo chinês anunciou que a população de crianças de três até 17 anos será totalmente vacinada até o final do ano”, lembrou.
De acordo com Dimas, esse é um movimento que se estende para vários países que já estão com a vacinação adiantada, inclusive aqui na América do Sul: o Chile já está vacinando desde setembro, o Equador já iniciou a campanha de vacinação de crianças a partir de três anos. “É uma necessidade. É uma população a ser vacinada”, completou o presidente do Butantan.