Com alta da ômicron, Governo de Pernambuco amplia restrições e cancela feriado de Carnaval
A determinação foi motivada pela aceleração do número de casos de coronavírus e da demanda por leitos
Após quase seis horas de reunião nesta segunda-feira (7), integrantes do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 optaram por cancelar o ponto facultativo durante o Carnaval e definiram que o limite de pessoas, em eventos no Estado de Pernambuco, será reduzido de 3.000 para 500 pessoas em locais abertos, e de 1.000 para 300 em locais fechados. A determinação foi motivada pela aceleração do número de casos de coronavírus e pelo aumento da solicitação por leitos. As medidas valem a partir da próxima quarta-feira (9) e vão até o dia 1° de março.
“Sabemos de todas as repercussões econômicas, sociais e culturais em torno desta decisão, mas não há condições sanitárias para que seja realizada qualquer tipo de festividade, no período de Carnaval, em Pernambuco. Além disso, reduzimos a capacidade dos eventos de 3 mil para 500 pessoas e não descartamos tomar outras medidas restritivas, caso o número de casos continue em crescimento acelerado", afirmou o governador Paulo Câmara.
Nos eventos acima de 300 pessoas, será exigida a apresentação de teste negativo de covid-19, além do passaporte vacinal. Para eventos corporativos, que não são festivos, o limite será de até 1.500 participantes.
O médico infectologista Demetrius Montenegro, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), analisa que a redução no número de pessoas permitidas nos eventos traz um impacto em termos de transmissão do vírus. "A propagação será menor com essas restrições. Mas, neste momento atual, o mais adequado seria cancelar todas as festas. E não precisaria ser por um longo período. Ajudaria demais se não houvesse eventos por cerca de 15 dias. Passado esse período, a liberação seria aos poucos", diz Demetrius.
Segundo o governo de Pernambuco, a variante ômicron do coronavírus continua em franca aceleração no Estado. Isso tem impactado no aumento de positividade e, consequentemente, de hospitalizações e óbitos, principalmente em não vacinados.
Atualmente, 919 pacientes estão internados com quadros respiratórios graves nos leitos de terapia intensiva (UTI) na rede pública, mesmo patamar de julho do ano passado. Além disso, a média móvel de confirmações diárias de novos óbitos no Estado chegou a 13,2 nesta segunda-feira (7) – um aumento de 128%, em comparação com a de 14 dias atrás.
"Este cenário de aceleração exponencial da variante ômicron impõe a adoção de novas medidas restritivas dentro do nosso Plano de Convivência. Por determinação do Governador Paulo Câmara, vamos continuar trabalhando para minimizar os impactos da doença, com a contratação de profissionais de saúde e a abertura de novos leitos", destacou o secretário Estadual de Saúde, André Longo. "Mas só os esforços do Governo do Estado não serão suficientes para diminuir a circulação viral e superar o vírus. Precisamos, então, do engajamento da sociedade, com o respeito aos protocolos, o reforço nos cuidados e principalmente com a vacinação", acrescentou.