Pernambuco ainda tem 180 mil idosos que estão em falta com a primeira dose de reforço contra covid-19
Terceira dose é necessária porque, seis meses após a aplicação da segunda dose, o nível de anticorpos presentes no organismo cai
A dose de reforço da vacina contra a covid-19 aumenta a proteção contra a infecção causada pelo coronavírus, incluindo contra as variantes como a ômicron. Pesquisas têm mostrado que, seis meses após a aplicação da segunda dose, o nível de anticorpos presentes no organismo cai. Com a dose de reforço, contudo, a proteção é restabelecida.
Em Pernambuco, contudo, a cobertura para a terceira dose (ou primeiro reforço) está em 49,6%, o que corresponde a 3.816.928 aplicações de vacina contra a covid-19. Num momento de aumento de casos da doença e de circulação de nova subvariante da ômicron, a BA.4, é fundamental cada grupo receber os reforços disponíveis no tempo adequado.
Infelizmente, no Estado, milhares de idosos (grupo de maior risco para apresentar quadro grave da doença, quando infectado) estão em falta com a primeira dose de reforço da vacina contra covid-19.
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"Atualmente, temos uma cobertura da terceira dose de 86,7% na faixa acima de 70 anos e de 83% entre 60 e 69. Portanto, ainda temos um grupo de cerca de 180 mil idosos que precisa tomar o primeiro reforço (terceira dose). E os que já tomaram essa terceira dose devem estar atentos para tomar a segunda dose de reforço, assim que completarem quatro meses da dose anterior", destaca o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.
Ele explica que é preciso manter alta a taxa de titulação de anticorpos contra a covid-19 para evitar formas graves e óbitos pela doença. "E essa proteção só é mantida com a aplicação das doses de reforço, já que as vacinas utilizadas atualmente têm um tempo de duração determinado. Não tomar ou atrasar as terceiras e quartas doses pode impactar o aumento de casos da covid-19, pressionando novamente a rede de saúde", alerta Longo.
Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade de Oxford, mostrou que a combinação heteróloga (ou seja, de vacinas contra a covid-19 diferentes) é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço, especialmente nos indivíduos que tomaram a CoronaVac. O estudo foi publicado na revista científica inglesa The Lancet.
A pesquisa mostrou que, 28 dias após a dose de reforço, a vacina de RNA mensageiro, imunizante da Pfizer, aumenta a produção de anticorpos que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células. As vacinas da AstraZeneca e da Janssen também tiveram resultados positivos ao serem aplicadas como reforço.
Outro estudo mostrou que as pessoas que receberam a dose única da Janssen e tomaram o mesmo imunizante como dose de reforço tiveram aumento de até 94% de proteção contra a covid-19, quando aplicado com no mínimo dois meses de intervalo. Com apenas uma dose, esse índice é de 75%. Esses resultados embasaram o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), que também recomendou o reforço.