Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a varíola dos macacos como uma emergência global de saúde, Pernambuco notifica mais dois novos casos da doença. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), os registros suspeitos são do sexo masculino, de pacientes residentes na cidade de Paulista e do Recife, com histórico de viagem para local com circulação do vírus e relato de contato com outro caso suspeito, respectivamente.
Um dos pacientes está internado em uma unidade de saúde particular, e o outro cumpre isolamento domiciliar.
Sobre esses dois novos casos suspeitos, a SES informa que já foi iniciada investigação epidemiológica para coleta de exames para realização do diagnóstico laboratorial. As amostras coletadas serão encaminhadas para o Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, referência para o diagnóstico da Monkeypox, e para o Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE), que realizará investigação para outras doenças.
Com isso, o Estado de Pernambuco passa a totalizar 11 notificações, sendo três casos confirmados da doença e outros oito ainda em investigação.
Os três casos confirmados até o momento possuem histórico de viagem para fora do Estado, em locais que já confirmaram transmissão autóctone da doença.
O Estado de Pernambuco ainda não registra, até o momento, transmissão local de monkeypox. Os casos confirmados são de residentes de São Paulo (caso importado), Recife e Jaboatão dos Guararapes.
Com mais de 16 mil casos notificados em 75 países desde o início de maio deste ano, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou no sábado (23) que o atual surto de monkeypox (varíola dos macacos) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
“Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, por meio de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“A avaliação da OMS é que o risco de varíola dos macacos é moderado em todas as regiões do mundo, a exceção da Europeia, onde avaliamos o risco como alto”, disse diretor-geral, acrescentando que “há também um risco claro de maior disseminação internacional, embora o risco de interferência no tráfego internacional permaneça baixo no momento”.
O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa virtual após a segunda reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional sobre o surto de varíola em vários países.