Cuidar da saúde mental dos adolescentes se faz mais que urgente, especialmente porque as consequências emocionais decorrentes da pandemia de covid-19 reforçaram a urgência de medidas para garantir o bem-estar dos jovens.
Um levantamento recente feito com mais de 7,7 mil adolescentes e jovens de todo o Brasil mostrou que metade sentiu necessidade de pedir ajuda no campo da saúde mental.
Realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela organização da sociedade civil Viração Educomunicação, o levantamento online revelou também que 50% dos respondentes não conheciam serviços ou profissionais dedicados a apoiar adolescentes na área da saúde mental.
Essa foi a temática debatida, na tarde desta terça-feira (23), durante o Programa Rádio Livre, da Rádio Jornal, que foi transmitido da sede do Instituto JCPM (IJCPM), no Pina, Zona Sul do Recife.
Durante o programa, especialistas em saúde mental destacaram a importância de as famílias conhecerem bem o jovem para identificar e compreender as situações em que ele apresenta um comportamento diferente do habitual.
O programa é a primeira ação da semana realizada pelo Instituto JCPM para marcar o mês da juventude. As seis unidades do IJCPM estão com atividades para jovens de 16 a 24 anos, público prioritário do instituto.
A psicóloga e orientadora profissional Eduarda Ferrari orientou, durante o Programa Rádio Livre, sobre sinais que podem ajudar famílias e educadores a reconhecer sinais de alerta nos adolescentes. Confira:
- Sono excessivo ou insônia
- Falta de motivação
- Queda brusca no rendimento escolar
- Ideação suicida
- Irritabilidade constante
- Isolamento (afastar-se de amigos e parentes)
- Tristeza excessiva
Jovens ansiosos e preocupados
O levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reforçou que a saúde mental de adolescentes e jovens continua sendo uma preocupação. Quando questionados sobre o sentimento que melhor descreveria como estavam se sentindo nos últimos dias, 35% dos adolescentes e jovens que responderam à enquete disseram “ansiosas(os)”. Além disso, 14% se disseram “felizes”; 11%, “preocupadas(os) consigo”; 9%, “indiferentes”; e 8%, “deprimidas(os)”.
Entre todos os participantes, metade disse que sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental, mas 40% deles não recorreram a ninguém. Outros 20% buscaram amigas(os); 15%, psicólogas(os) ou psiquiatras; 11% recorreram à família e 8%, a namoradas(os). Somente 2% procuraram professores e outros 2%, profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre os motivos destacados por aqueles que não buscaram ajuda, estão a insegurança (29%), a desistência de buscar ajuda (26%), o medo de julgamento (17%) ou a falta de informação sobre quem procurar (10%).
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