A nova atualização dos casos notificados de varíola dos macacos divulgada, nesta sexta-feira (26), pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES), aponta que o Estado contabiliza, até o momento, 387 notificações da doença. Entre elas, 324 casos ainda estão em investigação, 23 foram confirmados e 40 casos descartados.
As faixas etárias dos pacientes confirmados são: 20 a 29 (11), 30 a 39 (8) e 40 a 49 (4).
Entre eles, 22 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. É o primeiro diagnóstico de varíola dos macacos em uma mulher em Pernambuco. Ela é moradora do Recife e faz parte da faixa etária de 20 a 29 anos, segundo a SES.
Dos casos confirmados no Estado, todos estão em isolamento domiciliar.
Do total das notificações, 23 pacientes tiveram confirmação laboratorial para a varíola dos macacos.
Eles são moradores dos municípios de Recife (15), Jaboatão dos Guararapes (4), Paulista (1), Petrolina (1), Olinda (1) e Surubim (1).
Sobre os cinco casos notificados na Penitenciária Dr. Ênio Pessoa Guerra, localizada na cidade de Limoeiro, no Agreste, todos já foram descartados.
A SES ressalta que, até o momento, Pernambuco não registra transmissão local da varíola dos macacos.
"Para que possamos realizar o diagnóstico da doença de forma mais rápida, seja confirmando ou descartando casos suspeitos, Pernambuco, assim como outros estados do Nordeste, está cobrando junto ao Ministério da Saúde que o órgão federal descentralize os kits para a realização do diagnóstico da monkeypox (varíola dos macacos)", diz o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.
Ele diz que o Estado ainda encaminha os exames para o laboratório de referência nacional, no Rio de Janeiro, o que dificulta a agilidade na liberação dos resultados.
"O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco possui todo o maquinário necessário para processar os exames aqui mesmo no Estado, pois é feito nas mesmas máquinas que adquirimos para o diagnóstico da covid-19.
Mas, infelizmente, os kits para esse diagnóstico estão centralizados em poucos estados do País.
Então, é preciso que o governo federal descentralize o material, e esperamos que isso ocorra até o fim do mês", afirma o secretário de Saúde, André Longo.
Os 324 casos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios:
As faixas etárias dos casos em investigação são: 0 a 9 (44), 10 a 19 (53), 20 a 29 (78), 30 a 39 (55), 40 a 49 (46) e 50 a 59 (26) e 60 e mais (22), sendo 191 do sexo masculino e 133 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.
A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com a varíola do passado, embora seja clinicamente menos grave.
O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A transmissão da varíola do macaco ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. De acordo com a OMS, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.
Deve ser evitado o contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados.
Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
A prevenção e o controle dependem de ações das autoridades de saúde, da conscientização das comunidades, da educação dos profissionais para prevenir a infecção e interromper a transmissão.
Há quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Segundo a OMS, é um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica.
Casos prováveis incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas.
Associado a isso, está o histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.
O casos confirmados de varíola dos macacos ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus por meio do exame PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.