VARÍOLA DO MACACO: primeiro caso em mulher é confirmado em Pernambuco

Número de suspeitas de varíola dos macacos sobe para 387
Cinthya Leite
Publicado em 26/08/2022 às 17:05
A varíola dos macacos tem avançado em todo o mundo, colocando as autoridades de saúde em alerta Foto: ILUSTRATIVA/HANDOUT/UK HEALTH SECURITY AGENCY / AFP


A nova atualização dos casos notificados de varíola dos macacos divulgada, nesta sexta-feira (26), pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES), aponta que o Estado contabiliza, até o momento, 387 notificações da doença. Entre elas, 324 casos ainda estão em investigação, 23 foram confirmados e 40 casos descartados. 

As faixas etárias dos pacientes confirmados são: 20 a 29 (11), 30 a 39 (8) e 40 a 49 (4).

Entre eles, 22 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. É o primeiro diagnóstico de varíola dos macacos em uma mulher em Pernambuco. Ela é moradora do Recife e faz parte da faixa etária de 20 a 29 anos, segundo a SES. 

Dos casos confirmados no Estado, todos estão em isolamento domiciliar. 

Do total das notificações, 23 pacientes tiveram confirmação laboratorial para a varíola dos macacos.

Eles são moradores dos municípios de Recife (15), Jaboatão dos Guararapes (4), Paulista (1), Petrolina (1), Olinda (1) e Surubim (1).

Sobre os cinco casos notificados na Penitenciária Dr. Ênio Pessoa Guerra, localizada na cidade de Limoeiro, no Agreste, todos já foram descartados.

A SES ressalta que, até o momento, Pernambuco não registra transmissão local da varíola dos macacos.

Para agilizar o diagnóstico da varíola do macaco

"Para que possamos realizar o diagnóstico da doença de forma mais rápida, seja confirmando ou descartando casos suspeitos, Pernambuco, assim como outros estados do Nordeste, está cobrando junto ao Ministério da Saúde que o órgão federal descentralize os kits para a realização do diagnóstico da monkeypox (varíola dos macacos)", diz o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.

Ele diz que o Estado ainda encaminha os exames para o laboratório de referência nacional, no Rio de Janeiro, o que dificulta a agilidade na liberação dos resultados.

"O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco possui todo o maquinário necessário para processar os exames aqui mesmo no Estado, pois é feito nas mesmas máquinas que adquirimos para o diagnóstico da covid-19.

Mas, infelizmente, os kits para esse diagnóstico estão centralizados em poucos estados do País.

Então, é preciso que o governo federal descentralize o material, e esperamos que isso ocorra até o fim do mês", afirma o secretário de Saúde, André Longo.

Os 324 casos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios:

  • Recife tem 62 pessoas infectadas;
  • Jaboatão dos Guararapes e Olinda tem 35 pessoas infectadas;
  • Paulista tem 20 pessoas infectadas;
  • Belo Jardim e Caruaru tem 11 pessoas infectadas;
  • Abreu e Lima tem 10 pessoas infectadas;
  • Carpina tem 9 pessoas infectadas;
  • Pesqueira tem 8 pessoas infectadas;
  • Cabo de Santo Agostinho, Limoeiro e Petrolina tem 7 pessoas infectadas;
  • Camaragibe, Paudalho, São José do Egito e Vitória de Santo Antão tem 5 pessoas infectadas;
  • Buíque e Ferreiros tem 4 pessoas infectadas;
  • Araripina, Floresta, Garanhuns, Jatobá, São Lourenço da Mata, Tabira e Tuparetama tem 3 casos confirmados;
  • Afogados da Ingazeira, Araçoiaba, Bom Jardim, Cabrobró, Itaquitinga, Machados, Nazaré da Mata e Serra Talhada tem duas pessoas infectadas.
  • Alagoinha, Altinho, Arcoverde, Barreiros, Bezerros, Bodocó, Brejinho, Camocim de São Félix, Catende, Condado, Custódia, Fernando de Noronha, Gameleira, Granito, Gravatá, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Ipubi, Jucati, Lagoa Grande, Passira, Pedra, Pombos, Rio Formoso, Salgueiro, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, São João, São Vincente Ferrer, Tacaimbó, Tamandaré, Timbaúba, Toritama, Venturosa, Vertente de Lério e Vertentes tem penas uma pessoa infectada;

As faixas etárias dos casos em investigação são: 0 a 9 (44), 10 a 19 (53), 20 a 29 (78), 30 a 39 (55), 40 a 49 (46) e 50 a 59 (26) e 60 e mais (22), sendo 191 do sexo masculino e 133 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.

O que é a varíola dos macacos? 

A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com a varíola do passado, embora seja clinicamente menos grave.

O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como prevenir a varíola do macaco? 

A transmissão da varíola do macaco ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. De acordo com a OMS, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.

Deve ser evitado o contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados.

Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa. 

A prevenção e o controle dependem de ações das autoridades de saúde, da conscientização das comunidades, da educação dos profissionais para prevenir a infecção e interromper a transmissão.

Quais os sintomas da varíola dos macacos?

Há quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Segundo a OMS, é um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica.

  • Sintomas: se esse quadro for acompanhado por febre acima de 38,5°C, dor de cabeça, fraqueza intensa, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo e dor nas costas, é preciso fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Casos prováveis incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas.

Associado a isso, está o histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.

O casos confirmados de varíola dos macacos ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus por meio do exame PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.

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