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CÂNCER: Brasil terá 704 mil novos casos por ano até 2025 , prevê Inca
Estudo aborda 21 tipos de câncer mais incidentes no País, dois a mais do que na publicação anterior
Cadastrado por
Ana Maria Miranda
Publicado em 23/11/2022 às 12:31
| Atualizado em 25/11/2022 às 11:20
Com informações do Estadão Conteúdo
Até 2025, o Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer por ano, de acordo com projeção realizada por um estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O levantamento "Estimativa 2023 - Incidência de Câncer no Brasil" foi divulgado nesta quarta-feira (23), e estima que as regiões Sul e Sudeste vão concentrar cerca de 70% da incidência da doença.
O estudo aborda 21 tipos de câncer mais incidentes no País, dois a mais do que na publicação anterior. Este ano, o Inca contabilizou os cânceres de pâncreas e de fígado.
"Decidimos incluir esses cânceres por ser um problema de saúde pública em regiões brasileiras e também com base nas estimativas mundiais. O câncer de fígado aparece entre os dez mais incidentes na Região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas", explica a pesquisadora da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA (Conprev) Marianna Cancela.
"O câncer de pâncreas está entre os dez mais incidentes na Região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo", completa.
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QUAL O CÂNCER COM MAIS CASOS NO BRASIL?
O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma, com 31,3% do total de casos. É seguido pelo de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
O estudo aponta ainda que o câncer de próstata predomina em homens em todas as regiões do País. São estimados 72 mil casos novos a cada ano do próximo triênio (2023 a 2025), atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
RELAÇÃO COM O IDH
Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição.
Já nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente na população masculina.
Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente. Tem 74 mil casos novos casos previstos por ano até 2025.
Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal. Nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.
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SUL E SUDESTE TERÃO 70% DOS CASOS
Dos 704 mil novos casos de câncer previstos de 2023 a 2025, 70% devem ocorrer nas regiões Sul e Sudeste. O câncer de mama em mulheres, o de próstata e o de cólon e reto são os três tipos mais incidentes nessas duas regiões.
"A mudança de comportamentos associados à urbanização como sedentarismo, sobrepeso e obesidade, consumo de álcool e tabaco, ingestão de carne processada, além de dieta pobre em frutas, legumes e verduras aumenta o risco de câncer colorretal", diz a nutricionista Maria Eduarda de Melo.
"Em compensação, é alto o potencial para a prevenção primária desse tipo de câncer por meio de estratégias voltadas à promoção da alimentação saudável, da manutenção do peso corporal adequado, da prática regular de atividade física e da redução de bebidas alcoólicas", afirma.
Nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de próstata é o mais incidente. Vem seguido do câncer de mama feminina. Depois, vem o câncer do colo do útero.
"O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública, especialmente nas regiões Norte e Nordeste nas quais o acesso aos serviços de saúde é mais complexo. Entretanto, a doença é passível de erradicação por meio de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), rastreamento com exame preventivo ginecológico de rotina e tratamento das lesões precursoras", diz o médico epidemiologista Arn Migowski, da Divisão de Detecção Precoce do INCA.
Já no Centro-Oeste, o câncer de próstata é o tipo da doença mais incidente. Depois vem o de mama feminina. Em seguida, o colorretal.
"As desigualdades sociodemográficas, culturais e também relativas à organização dos serviços de saúde nas regiões geográficas brasileiras refletem as diferenças no ranking dos tipos de câncer. Isso permite repensar as prioridades dos programas de controle de câncer e estabelecer ações adicionais direcionadas à realidade de cada local", afirma a coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Liz Maria de Almeida.
METODOLOGIA DO ESTUDO
O Inca utilizou as bases de dados de incidência (casos novos), dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e dos óbitos, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), para a elaboração do estudo.
"Utilizamos metodologia análoga à empregada na elaboração das estimativas mundiais", explica a pesquisadora Marceli Santos. "Ampliar a disponibilidade das informações sobre incidência é fundamental."