O Brasil se aproxima de bater uma triste marca em 2022 em relação à epidemia de dengue.
O ano que teve maior número de mortes por dengue foi em 2015 (986 óbitos).
Neste ano de 2022, até outubro, já são 936 óbitos confirmados por dengue no Brasil.
Outro aspecto relevante é que, de 2021 para 2022, houve um aumento de 400% no número de mortes por dengue, sugerindo que há a tendência real de se chegar perto de mil mortes este ano, atingindo um recorde com a dengue - doença que desafia a sociedade como um todo.
Diante deste cenário epidemiológico, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) faz um alerta para que tenhamos urgência para a adoção medidas preventivas contra a dengue.
Os infectologistas especialistas em arboviroses (doenças transmitidas por insetos) da Sociedade Brasileira de Infectologia advertem que esses dados da dengue chamam a atenção, pois estão em pleno crescimento de mortes e casos.
Somente em 2022, já são 1.341.000 de casos em todo o País, e a taxa de crescimento chegou a 183% somente neste ano.
"É urgente que tenhamos uma política de retomada efetiva para combater o vetor da dengue (Aedes aegypti). A situação é crítica. Por isso, fazemos este alerta nacional", disse o vice-presidente da Sociedade Brasileira de infectologia, Alexandre Naime Barbosa.
Outro aspecto observado é que a dengue não é restrita a regiões quentes do Brasil. Hoje, os Estados do Sul, por exemplo, apresentam índices expressivos, seja no interior ou no litoral, o que expressa mais uma preocupação dos especialistas.
"A dengue teve aumento exponencial e, no Brasil, não tem mais fronteiras geográficas. Está presente em todos os Estados; é uma doença democrática", destacou o coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antonio Bandeira.
Além disso, segundo os infectologistas, a atenção tem que ser redobrada e permanente.
As medidas de enfrentamento às arboviroses se fazem cada vez mais necessária neste cenário, a fim de controlar a situação.
"Precisamos de recursos para o controle da dengue, que é uma doença que pode ser grave e levar a óbito. Todas as pessoas estão suscetíveis, e a conscientização é indispensável. Por isso nos comprometemos com esse alerta", complementa Alexandre Naime Barbosa.
O Aedes aegypti (vetor da dengue) é originário do Egito.
A dispersão pelo mundo ocorreu da África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois da costa oeste para a Ásia.
O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. Culex significa “mosquito” e aegypti, egípcio, portanto: mosquito egípcio.
O gênero Aedes só foi descrito em 1818. Logo, verificou-se que a espécie aegypti, descrita anos antes, apresenta características morfológicas e biológicas semelhantes às de espécies do gênero Aedes – e não às do já conhecido gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti.