Saiba quem é NÍSIA TRINDADE, primeira mulher que comandará o Ministério da Saúde

"Pensamos em mutirões em áreas de vazios assistenciais; esse é o foco prioritário, como o próprio presidente Lula vem falando", disse Nísia Trindade
Cinthya Leite
Publicado em 22/12/2022 às 16:12
Primeira mulher a ser presidente na Fiocruz, Nísia Trindade Lima também será a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde Foto: DIVULGAÇÃO


Primeira mulher a ser presidente na Fiocruz, cargo que ocupa desde 2017,  Nísia Trindade Lima também será a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde a partir de janeiro de 2023.

O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (22), pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.

Lula toma posse em 1º de janeiro de 2023.

Ao lado de outros pesquisadores, especialistas e ex-ministros, Nísia Trindade Lima integrou o Grupo Técnico da Saúde no governo de transição.

MINISTROS DO LULA 

"A prioridade é usar todo o potencial do [Sistema Único de Saúde] SUS, com os seus serviços próprios, a área que envolve os hospitais filantrópicos, que respondem a 50% das internações do SUS, e também o setor privado para um grande esforço no sentido de colocarmos critérios, indicarmos e sinalizarmos os encaminhamentos de prioridade para a regulação, dando transparência a esse processo", afirmou a futura ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima.

Como presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima desempenhou um papel fundamental no enfrentamento à covid-19, ao liderar as ações da instituição no combate à pandemia no Brasil.

MINISTÉRIOS LULA

À frente do Ministério da Saúde no governo Lula, Nísia Trindade Lima terá que enfrentar desafios que passam pelo financiamento do sistema, regionalização e fortalecimento da atenção primária.

Toda a atuação de Nísia Trindade Lima, como gestora e intelectual, está baseada na promoção do valor social da ciência no Brasil e na realização de ações que aproximam a ciência da sociedade.

SAIBA QUEM É NÍSIA TRINDADE LIMA 

Nísia Trindade Lima é graduada em Ciências Sociais e com doutorado em Sociologia.

Ela tem sua obra intelectual como referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública.

É pesquisadora da Fiocruz desde 1987 e ocupou os cargos de diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz, e vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016).

Ela criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações sobre a circulação do coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil.

A instituição, comandada por Nísia Trindade Lima, criou um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos; coordena no País o ensaio clínico Solidarity da Organização Mundial da Saúde (OMS); aumentou a capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens; organizou ações emergenciais junto a populações vulneráveis; ofereceu cursos virtuais de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de covid-19; lançou manual de biossegurança em escolas; e se tornou laboratório de referência para a OMS em Covid-19 nas Américas.

NÍSIA TRINDADE LIMA

A tese de doutorado de Nísia Trindade Lima, Um Sertão Chamado Brasil, conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj.

Nísia Trindade Lima foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Participou da elaboração do Museu da Vida, premiado museu de ciência da Fiocruz.

Na Editora Fiocruz (2006-2011), Nísia atuou na implementação da Rede SciELO Livros.

Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia na instituição e também a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.

obra de Nísia é referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública.

Lecionou e orientou gerações de alunos em todos os níveis de formação, do ensino básico ao pós-doutorado, como docente na Uerj e na Fiocruz.

Nísia é autora de dezenas de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as cisões entre os Brasis urbano e rural, moderno e atrasado.

No campo das ciências sociais, Nísia Trindade Lima vem contribuindo através de diferentes iniciativas para o fortalecimento das ações de pesquisa e ensino. Uma de suas realizações foi a criação da Biblioteca Virtual do Pensamento Social (BVPS), em colaboração com a UFRJ e rede de instituições.

Ele participa dos conselhos editoriais dos periódicos: Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência; História, Ciências, Saúde-Manguinhos; Caderno de História da Ciência-Instituto Butantan; Escritos da Fundação Casa de Rui Barbosa; Medical History;e Lancet Covid-19 Commission.

Vale frisar que Nísia Trindade Lima participa de programas e redes internacionais nas áreas de História da Ciência e História da Saúde.

  • É membro da Zika Alliance Network (2018), um consórcio de pesquisa multinacional e multidisciplinar formado por 54 parceiros em todo o mundo.
  • Foi membro do grupo de trabalho de Plano de Ação Global da OMS (2018), que tem como objetivo otimizar a pesquisa global para os sistemas de saúde dos países, e do grupo consultivo da OMS para a implementação da Agenda 2030 (2019).
  • Foi membro do Comitê Diretor Internacional para supervisionar e facilitar a implementação da Cúpula de Nairóbi sobre a CIPD25 e assumiu a Copresidencia da Rede de Saúde para Todos da UNSDSN em 2019.

Nísia Trindade Lima, como presidente da Fiocruz, coordenou todo o acordo de encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde do Brasil, a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais.

NÍSIA TRINDADE LIMA É A FUTURA MINISTRA DA SAÚDE DE LULA 

Em setembro deste ano, Nísia Trindade Lima veio ao Recife, onde conversou com pesquisadores e o diretor da Fiocruz Pernambuco (Instituto Aggeu Magalhães - IAM), Pedro Miguel dos Santos Neto, sobre o trabalho desempenhado pela Fiocruz no enfrentamento à pandemia de covid-19 e os desafios ainda enfrentados pela instituição.

ASCOM FIOCRUZ PE/DIVULGAÇÃO - Da esquerda para direita: Ana Claudia Leão, vice-diretora de Gestão do IAM; Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz; Pedro Miguel, diretor do IAM; Idê Gurgel, vice-diretora de Ensino do IAM; Manoel Lima Jr., vice-diretor de Pesquisas do IAM

Na ocasião, Nísia ressaltou que as bases científicas e tecnológicas existentes atualmente no mundo, aliadas à visão de saúde coletiva que a instituição tem, permitiram à Fiocruz se colocar numa posição de não só diagnosticar e denunciar a grave crise vivida no Brasil, mas de se organizar coletivamente coordenando ações que permitiram resposta à pandemia a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).

"A ação coordenada da Fiocruz é exemplar daquilo que a Fundação tem potência como um todo para realizar. É aprendizado que vai da área de pesquisa, da vigilância, educação, inovação, das ações sociais que nós vivemos", afirmou.  

Nísia ainda destacou o papel do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) no enfrentamento à pandemia de covid-19, uma vez que o IAM colaborou no monitoramento da doença no Estado, na realização de testes diagnósticos e na produção de pesquisas sobre a doença no campo na saúde pública e nas pesquisas sobre o coronavírus. 

REFERÊNCIAS

Nísia Trindade Lima será a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde - https://agencia.fiocruz.br/nisia-trindade-lima-sera-primeira-mulher-chefiar-o-ministerio-da-saude. Acessado em 22/12/2022

Nísia Trindade Lima: conheça a trajetória da presidente da Fiocruz - portal.fiocruz.br/nisia-trindade-de-lima. Acessado em 12/12/2022

Presidente da Fiocruz conversa com a comunidade do IAM - cpqam.fiocruz.br/institucional/noticias/presidente-da-fiocruz-conversa-com-a-comunidade-do-iam. Acessado em 12/12/2022


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