O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (26), a previsão de iniciar o reforço bivalente de vacinação contra a covid-19 no fim de fevereiro.
A perspectiva foi apresentada durante a primeira reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2023, realizada em Brasília (DF), na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS).
NOVA VACINA COVID
A expectativa do Ministério da Saúde é que, a partir de 27 de fevereiro, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, recebam o reforço bivalente da covid-19.
A meta é vacinar 90% da população-alvo.
Na primeira etapa, as pessoas serão vacinadas com o reforço da vacina bivalente da Pfizer contra covid-19.
A vacina bivalente da Pfizer contra covid-19 é uma atualização, em comparação aos imunizantes iniciais contra a covid-19.
A bivalente oferece proteção contra a cepa original do coronavírus e as subvariantes ômicron.
VACINA COVID-19 BIVALENTE BRASIL
- Fase 1: pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas
- Fase 2: pessoas entre 60 e 69 anos
- Fase 3: gestantes e puérperas
- Fase 4: profissionais de saúde
DOSE BIVALENTE COVID
As informações sobre o cronograma com a vacina bivalente foram apresentadas pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis (SVSA/MS), Éder Gatti.
"Fechamos o ano de 2022 com baixa cobertura vacinal em quase todas as imunizações. Também encontramos um baixo estoque de vacinas. Por isso, temos o risco real de desabastecimento de imunizantes importantes para o nosso calendário, como a BCG, Hepatite B e tríplice viral, por exemplo", informou Éder.
Com o cenário, Éder pontuou o risco da reintrodução de casos de poliomielite em território nacional.
"Os nossos passos serão de reforço ao compromisso com a ciência, o fortalecimento da atenção primária e ações complementares, como a vacinação nas escolas", disse.
MINISTÉRIO DA SAÚDE: PRIORIDADES NA PAUTA
Durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou o diálogo interfederativo entre União, Estados e municípios, e destacou a importância do trabalho conjunto na tomada de decisões.
"Este é um momento histórico (de retomada de diálogo). A nossa política deve ser de cuidado e construção coletiva. Pensar em saúde não pode ser uma visão de gasto social, mas um componente essencial da cidadania", afirmou Nísia.
Além disso, Nísia Trindade acrescentou outras pautas de destaque, como a recuperação do Programa Farmácia Popular, a retomada de novas bases do Programa Mais Médicos e a redução de filas no Sistema Único de Saúde.
A cerimônia contou com a presença de representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
O presidente do Conasems, Wilames Bezerra, declarou que enxerga “o Sistema Único de Saúde do Brasil como um grande patrimônio da nação, que deu respostas à população nos momentos mais precisos, como no combate à pandemia de covid-19".
Na avaliação do presidente do Conass, Cipriano Maia, o momento de diálogo entre os entes interfederativos requer comemoração.
"Desde a mudança de governo, estamos prenunciando que viveremos tempos diferentes, com diálogo permanente na construção do SUS. Isso, não podemos esquecer, é realizado em tripartite", defendeu.
APOIO DA ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE
A representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross, considerou que a reunião é o momento de dar transparência às decisões de saúde.
"Um SUS mais resiliente, construído de forma social, não é uma utopia, mas o que as pessoas precisam e podem ter. Nós, da Opas, unimos forças com o Ministério da Saúde para construir este SUS", destacou.
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