Vitor Fadul, de 27 anos, revelou em uma entrevista para o G1, que há dois anos foi diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA).
O cantor relatou que precisou percorrer um longo caminho até a descoberta do transtorno, e que na infância, sempre soube que era uma criança divergente (com desenvolvimento neurológico atípico, diferente).
"Creio que, se o diagnóstico tivesse sido na infância, eu teria tido o apoio que mais precisei e não tive", declarou o artista.
Fadul, que recentemente assumiu o relacionamento com o historiador e escritor Leandro Karnal, 56 anos, também relatou dificuldades no aprendizado por não ter tido acesso a um professor especializado no atendimento de crianças com autismo.
"Eu precisava desse profissional comigo, sabe? Mas fico feliz que hoje o diagnóstico esteja mais fácil por existir mais tecnologia e conhecimento", afirmou.
No Brasil, a Lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garante que crianças com TEA matriculadas em escolas de ensino regular devem ter o direito a acompanhamento especializado.
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Em relação ao preconceito dentro do mundo da música, Fadul disse ter ciência do problema, mas deixou claro que isso não irá impedi-lo de seguir a carreira.
"Podem me achar menos capaz ou ter medo de lidar comigo, mas estou aqui para mostrar que lugar de autista é onde ele quiser. As coisas podem ser mais desafiadoras para mim, mas eu posso fazer tudo, e com muita capacidade".
O QUE É TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está ligado a desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância.
Diferente do que muitos pensam, o autismo não possui apenas um tipo e pessoas dentro desse espectro podem apresentar:
- Déficit na comunicação social ou interação social;
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos;
- Hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
O Sistema Único de Saúde (SUS), através da lei 13.438, é obrigado a adotar um protocolo padronizado de acompanhamento de crianças até os 18 meses de vida para identificar possíveis alterações que indiquem o desenvolvimento do TEA.