Um homem de 53 anos se tornou o terceiro paciente a ser completamente curado do HIV após receber um transplante de células-tronco, anunciaram pesquisadores nesta segunda-feira (20).
Antes do caso do "paciente de Dusseldorf", no oeste da Alemanha, outras duas pessoas com HIV haviam sido curadas através do mesmo tratamento: primeira delas em Berlim (2009) e a segunda em Londres (2019).
De acordo com o artigo publicado na revista Nature, o paciente havia recebido um transplante de células-tronco como parte do tratamento para leucemia mielóide aguda, em 2013. Após o transplante, ele conseguiu interromper o tratamento que fazia contra o HIV.
"Depois de quatro anos de observação sistemática, o Hospital Universitário de Dusseldorf pode agora fornecer prova qualificada de um dos primeis casos do mundo em que uma infecção por HIV foi curada", disseram os pesquisadores em um comunicado na segunda-feira.
Nas análises que fizeram, os cientistas não encontraram vestígio de partículas virais, reservas virais ou resposta imune contra o HIV.
Os três que conseguiram a cura definitiva da Aids têm o mesmo ponto em comum: sofriam de câncer no sangue e por isso foram tratados com um transplante de células-tronco, que renovou profundamente o seu sistema imunológico.
Nos três casos, o doador apresentava uma rara mutação no gene CCR5, uma alteração genética que impede o HIV de entrar nas células.
Como menos de 1% da população normalmente se beneficia da mutação genética protetora do HIV, ela está em poucos doadores de células-tronco.
Embora esses casos dêem aos cientistas a esperança de encontrar uma cura para a Aids, o transplante de células-tronco é um tratamento arriscado e que não se adapta à situação da maioria das pessoas com HIV.