COVID-19: Quem pegou a doença pode ter sequelas NEUROLÓGICAS. Entenda

De acordo com o artigo, dos 4.060 pacientes admitidos com Covid-19 nas instituições avaliadas, um total de 374, ou 9,2%, apresentaram encefalopatia aguda antes ou durante a internação na UTI
Diogo Menezes
Publicado em 19/04/2023 às 11:01
Para atuação no combate à pandemia, Pernambuco nomeou 3.261 profissionais aprovados em concurso público e outros 6.669 aprovados por meio de seleções simplificadas Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Estudo realizado pela Revista Neurology, um dos mais mais importantes periódicos científicos do mundo, comprovou que a covid-19 provocou sequelas neurológicas em pacientes que adquiriram a doença.

O estudo que analisa covid e sequelas neurológicas foi publicado pela Academia Americana de Neurologia. No Brasil, o Hospital Alfa, de Pernambuco, participou das pesquisas a respeito do tema.

Segundo o estudo, o artigo é resultado de uma pesquisa que acompanhou, em 2021, um total de 4.060 mil pacientes que foram diagnosticados com covid e apresentaram, ao mesmo tempo, sequelas neurológicas.

Além do Alfa, no Recife, o projeto reuniu outras 36 instituições de saúde da França, Espanha, México, Colômbia e Estados Unidos.

De acordo com o artigo, dos 4.060 pacientes admitidos com Covid-19 nas instituições avaliadas, um total de 374, ou 9,2%, apresentaram encefalopatia aguda antes ou durante a internação na UTI. Desse total, 199, o que representa 57,7%, tiveram um resultado ruim no seguimento de 90 dias.

POR QUE A COVID PODE CAUSAR ENCEFALOPATIA?

A encefalopatia é uma complicação das doenças hepáticas. Essa complicação pode resultar na perturbação da função cerebral.

Também pode provocar mobilidade reduzida e até coma hepático.

A encefalopatia é causada pelas toxinas provenientes da alimentação. Ela ocorre porque o fígado não consegue eliminar essas toxinas. O sangue que vem do sistema digestivo é desviado do seu caminho normal e vai direto para a circulação geral, sem antes passar pelo fígado.

PARTICIPAÇÃO DO ALFA NA PESQUISA DA COVID-19

“A proposta do estudo surgiu após uma série de discussões de casos com profissionais da Universidade de Versailles. A ideia era tentarmos avaliar a prevalência de acometimento neurológico junto com a Covid-19 e, principalmente, se esse fato traria algum desfecho diferente para esses pacientes”, explicou o intensivista pernambucano Manoel José Alves da Costa, do Hospital Alfa, e que participou da pesquisa.

A equipe do Alfa acompanhou cerca de 20 pacientes internados em uma das unidades de Terapia Intensiva do serviço e manteve essa avaliação mais próxima após a alta hospitalar, até por um período de 90 dias.

“Neste período, percebemos que o acometimento neurológico nos pacientes com diagnóstico positivo da Covid-19 não era tão comum. No entanto, nos que apresentavam essa características, havia uma maior taxa de morbidade”, completa Manoel.

TAGS
covid 19 problemas neurológicos pandemia
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory