Entre a população adulta, o Brasil passa por queda de casos de síndrome respiratória aguda grave (srag), mas há sinal de crescimento nas crianças, com destaque para o vírus sincicial respiratório (VSR) em alguns Estados. Nessa faixa etária, o VSR é responsável pelo aumento de casos de srag nessa faixa etária.
É o que mostra o Boletim do InfoGripe da Fiocruz, que traz uma atualização do cenário epidemiológico sobre vírus respiratórios no Brasil.
O balanço é referente à semana epidemiológica de número 23 (período de 4 a 10 de junho) e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 12 de junho.
Coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes aponta que o sinal de redução predomina principalmente das regiões Centro-Sul, onde os Estados apresentam queda ou interrupção do crescimento de srag.
Mas nas regiões Norte e Nordeste, ainda há sinais de crescimento em diversos Estados.
A análise aponta que oito estados e nove capitais apresentam indícios de crescimento na tendência de longo prazo.
Embora haja manutenção de queda no predomínio dos casos positivos para covid-19 na população adulta, segue o aumento no percentual de casos associados ao vírus influenza A, sendo majoritariamente H1N1.
Na tendência de longo prazo, os oito estados que apresentam sinal de crescimento são: Acre, Alagoas, Amapá, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.
Em cinco desses (Acre, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima), o crescimento recente está associado justamente às crianças.
Já em Alagoas, Paraíba e Sergipe, além das crianças, é possível observar aumento em faixas etárias da população adulta também, principalmente em idades mais avançadas.
Já entre as capitais, nove apresentam sinal de crescimento: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Vitória (ES).
Na maioria das cidades citadas, o sinal está presente sobretudo nas crianças.
Entretanto, em João Pessoa (PB), observa-se sinal de crescimento também na população a partir de 65 anos.
Em Cuiabá (MT) e Vitória (ES), o sinal é compatível com um sinal de oscilação, tanto nas crianças quanto nos adultos.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (19,4%), influenza B (6,8%), vírus sincicial respiratório (39,5%) e coronavírus/covid-19 (24%).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (21,9%), influenza B (9,5%), vírus sincicial respiratório (11,9%) e coronavírus/covid-19 (52,9%).