Um tumor que afeta uma glândula que pesa cerca de 20 gramas, assemelhada a uma castanha, localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, o canal que passa a urina, é responsável pela morte de 44 pessoas por dia no Brasil entre 2019 e 2021, segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Ao todo, neste período, foram cerca de 47 mil óbitos no país.
Pensando em reduzir a mortalidade mais comum entre os homens (28,6%), depois do câncer de pele, o mês de novembro é conhecido mundialmente pelo combate ao câncer de próstata, chamado de Novembro Azul. Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre, seja por medo ou desconhecimento.
O câncer de próstata é confirmado após fazer uma biópsia, indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA); no toque retal, prescrito a partir da suspeita de um especialista, ou por meio de uma ressonância magnética, que tem tido uma busca mais frequente. "A ressonância magnética tem sido cada vez mais utilizada porque tem uma alta precisão, capaz de identificar corretamente as lesões mais suspeitas para câncer de próstata", afirma Alexandre da Fonte, médico do Hospital Jayme da Fonte.
As células são as menores partes do corpo humano, elas se multiplicam e substituem por novas a todo o tempo. Entretanto, pode acontecer um crescimento descontrolado de células em alguns casos, formando os tumores, que podem ser benignos ou malignos, quando há o câncer.
SINAIS E SINTOMAS
Na fase inicial, é comum que o câncer de próstata não apresente sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são:
- Dificuldade de urinar;
- Demora em começar e terminar de urinar;
- Sangue na urina;
- Diminuição do jato de urina;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
Os sinais e sintomas se estendem às doenças benignas, como a hiperplasia benigna, que é o aumento natural da próstata com o avanço da idade. Mais da metade dos homens com idade superior a 50 anos são afetados.
FATORES DE RISCO
Alguns fatores externos podem aumentar as chances de um homem desenvolver câncer de próstata, como:
- Idade: A cada dez homens diagnosticados com o câncer de próstata, nove estão acima de 55 anos;
- Histórico de câncer na família: Homens onde o pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos estão no grupo de risco;
- Obesidade: Segundo o Ministério da Saúde, homens com peso corporal mais elevado têm mais risco de câncer de próstata.
EXAMES PARA INVESTIGAÇÃO
Após a aparição de sinais e sintomas, alguns exames são fundamentais para descobrir se o câncer de próstata está presente ou não.
- Exame de toque retal: Quando o médico avalia o tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo no reto, protegido por uma luva lubrificada.
- Exame de PSA: Por meio do exame de sangue, é possível medir a quantidade de uma proteína produzida pela próstata - Antígeno Prostático Específico (PSA). Os níveis altos dessa proteína podem identificar tanto o câncer, quanto uma doença benigna da próstata.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
A ressonância magnética da próstata é um método não invasivo, extremamente seguro e com duração entre 30 e 40 minutos. No Hospital Jayme da Fonte, o paciente encontra, além da precisão, conforto e a mais alta tecnologia em diagnóstico por imagem.
O médico Alexandre da Fonte explica que é comum pacientes ficarem ansiosos quando vão realizar uma RM de próstata, afinal, se o especialista está solicitando tal exame, na maioria das vezes é porque há uma suspeita de câncer. “Mas é importante estar consciente de que o diagnóstico precoce pode levar ao tratamento e à cura da doença”, explica.
Ele destaca, ainda, que apesar de o exame ser realizado com o uso de contraste, que é a aplicação de uma substância intravenosa, para melhorar visualização do órgão a ser examinado. “O procedimento é totalmente seguro e as possíveis reações alérgicas são raríssimas”, completa.
Em uma era pré-ressonância magnética, quanto o paciente tinha uma suspeita de câncer de próstata, era encaminhado diretamente para uma biópsia guiada por ultrassom. "O grande problema de ser fazer uma biópsia pelo ultrassom, sem nenhum estudo prévio de ressonância magnética, é que não somos capazes de enxergar a maioria dos cânceres pelo ultrassom e a biópsia era feita às cegas", comenta Alexandre. Por conta disso, pacientes com câncer de próstata poderiam ter o resultado “falso negativo” na da biópsia, já que não se tinhas certeza se o local acometido pelo câncer havia sido ou não biopsiado.
Outro ponto importante, é que, quando se utilizam somente dados clínicos e laboratoriais para selecionar os pacientes que necessitam de biópsia, diversos pacientes acabavam sendo submetidos a biópsias desnecessárias, pois O PSA se altera por outras situações além do câncer. Assim, a RM passou também a ser utilizada para identificar aqueles pacientes com alterações clínicas e laboratoriais, mas com baixo risco de ser ter uma lesão cancerígena na próstata e que, portanto, não se beneficiariam da biópsia, reduzindo, assim, o número de biópsias desnecessárias.
Quando a ressonância magnética começou a ser utilizada, os diagnósticos passaram a ser ainda mais precisos. “A RM foi um método que revolucionou a medicina, pois tem uma grande capacidade de “enxergar bem” as estruturas internas do corpo humano. Seu uso na próstata começou a ser difundido no início da década passada, se estabelecendo como um método fundamental no manejo dos pacientes com suspeita de câncer de próstata”, completou.
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
A forma de prevenção do câncer de próstata é por meio do diagnóstico precoce. Homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem frequentar o urologista para conversar sobre o exame de toque retal. A partir disso, o profissional pode avaliar alterações de glândulas, como endurecimento ou presença de nódulos suspeitos.
“A medicina está em evolução constante e os métodos de imagem também. Com o uso da tecnologia, inclusive com a promissora aplicação da inteligência artificial, vamos avançar cada vez mais na qualidade dos exames e o aumento do conforto dos pacientes”, finaliza o médico.