Há 74 semanas sem confirmação de novas ocorrências, o Brasil obteve a elevação de status de "país endêmico" para "país pendente de reverificação" do sarampo.
A nova condição permite que o Brasil inicie o processo de recertificação de país livre de sarampo; categoria suprimida em 2019.
O intenso fluxo migratório de países vizinhos, associado às baixas coberturas vacinais em vários municípios, em 2018, permitiu a reintrodução do vírus da doença no país. O Brasil havia recebido a certificação de país livre da doença em 2016.
A mudança (status de país pendente de reverificação) foi anunciada durante a Terceira Reunião Anual da Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola (SR) e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), realizada neste mês de novembro, em Brasília.
Desde 2020, o País apresenta queda no número de casos de sarampo: 20.901 registros, em 2019; 8.100, em 2020; 670, em 2021; e 41, em 2022. O último caso foi confirmado em junho de 2022, no Amapá.
O Ministério da Saúde realiza ações conjuntas com Estados e municípios para interromper a circulação do vírus do sarampo nos quatro Estados com maior transmissão em 2022: Amapá, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Somente em 2023, foram investidos R$ 724,1 milhões em ações de vigilância em saúde, laboratórios estaduais, imunobiológicos, capacitações e imunização, com estratégias de microplanejamento e multivacinação.
Segundo o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, Éder Gatti, a comissão reconheceu o esforço brasileiro na recuperação das coberturas vacinais.
"Foi recomendado que continuemos com o microplanejamento como estratégia de fortalecimento da vacinação nos municípios. É preciso reconhecer o trabalho desenvolvido por Estados e municípios no combate ao sarampo", afirma Éder.
"Além de seguir com o fortalecimento da vacinação, vamos seguir intensificando a vigilância das doenças exantemáticas, para que o Brasil continue livre do sarampo e da rubéola congênita", acrescenta.