Com nova fábrica da Hemobrás, ministra quer reduzir dependência externa em hemoderivados
Fábrica de Recombinantes corresponde ao Bloco 7 da Hemobrás e será responsável exclusivamente pela produção de medicamentos feitos por biotecnologia
Como parte da agenda de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, a ministra da Saúde, Nísia Trinidade, apresentou detalhes, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (3), da Fábrica de Medicamentos Produzidos por Biotecnologia do Complexo Industrial da Hemobrás, localizado no Parque Fabril de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco.
O prédio será inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (4).
A ministra conversou com os jornalistas ao lado do Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde e presidente do Conselho de Administração da Hemobrás, Carlos Gadelha; da diretora-presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes; e do diretor de Desenvolvimento Industrial da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena.
Na ocasião, Nísia destacou a necessidade de o Brasil diminuir a dependência com produtos agregados em todo o complexo industrial da saúde, que inclui medicamentos, insumos e equipamentos.
"A partir de setembro deste ano, teremos o fator VIII recombinante pela Hemobrás, mas ainda sem todas as etapas (de produção nacional)", disse Nísia.
O fator VIII recombinante é um medicamento obtido por engenharia genética destinado ao tratamento da hemofilia A no Brasil. O Hemo-8r, como é conhecido, já é fornecido para o SUS pela Hemobrás por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).
A previsão é que, em 2026, a Hemobrás possa operar todas as etapas de produção. Dessa maneira, será a maior fábrica de medicamentos hemoderivados da América Latina.
Com o pleno funcionamento da fábrica, o Ministério da Saúde espera racionalizar o poder de compra, fomentar o desenvolvimento tecnológico e reduzir a dependência produtiva e tecnológica para atender as necessidades de saúde da população brasileira a curto, médio e longo prazo.
A nova fábrica corresponde ao Bloco 7 da Hemobrás e será responsável exclusivamente pela produção de medicamentos feitos por biotecnologia, como o fator VIII recombinante da Hemobrás (Hemo-8R), utilizado para o tratamento de Hemofilia A.
"É um medicamento que leva a uma qualidade de vida e que faz uma diferença enorme para quem tem a doença", frisou Nísia.
A Hemobrás tem um portfólio com duas linhas produtivas: uma de hemoderivados e outra de biotecnológicos, no qual se inserem os recombinantes.
A maior autonomia do Brasil no setor de saúde com o desenvolvimento da indústria nacional reduz a vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mercado externo e assegura o acesso universal à saúde, além da geração de emprego e renda.
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