Pernambuco registra 10 casos de mpox no primeiro semestre de 2024

Secretaria Estadual da Saúde destaca que o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) está abastecido com insumos necessários para fazer a testagem

Publicado em 15/08/2024 às 16:57 | Atualizado em 15/08/2024 às 17:36

O Estado de Pernambuco registrou, nos primeiros seis meses de 2024, pelo menos 10 casos confirmados de mpox, conhecida anteriormente como varíola dos macacos. O dado é da Secretaria Estadual da Saúde (SES-PE). A doença foi declarada, na quarta-feira (14), emergência em saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a pasta, em todo 2023, foram registrados 23 casos da doença em Pernambuco. Em 2022, ápice de confirmações de mpox no mundo, foi contabilizado um total de 325 casos de mpox no Estado.

Testagem

A SES-PE destaca que as análises dos testes para mpox ocorrem normalmente e que o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) está abastecido com insumos necessários para fazer a testagem. 

Com relação à vacinação para mpox, o Programa Estadual de Imunizações (PEI-PE) informa que recebeu e distribuiu 1.571 doses do imunizante contra a doença (estratégia de março de 2023, do Ministério da Saúde) para os municípios que possuem Serviço de Assistência Especializada (SAE). "Até o momento, foram 1.136 doses aplicadas e registradas da vacina nos SAEs." Os dados são passíveis de atualização.

Vacinação

O PEI-PE salienta que não há estoque estratégico da vacina contra mpox na Central Estadual de Rede de Frio do Programa Imunização, "uma vez que o Ministério da Saúde não tem perspectiva de inclusão da vacina no calendário vacinal".

Ainda de acordo com o PEI-PE, o órgão federal distribuiu para os Estados, em março de 2023, 42 mil doses da vacina Jynneos, "que foram produto de uma pesquisa".

Mpox: Brasil instala Centro de Operações de Emergência em Saúde

O Ministério da Saúde instalou, nesta quinta-feira (15), um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox. A medida vem diante da decisão da OMS de declarar emergência internacional para a mpox. 

Matheus Damascena/MS
"Este é, sim, um motivo de alerta, monitoramento e preocupação. Contudo, é importante reforçar que não há motivo para alarme", disse Nísia Trindade, em coletiva sobre mpox - Matheus Damascena/MS

Desde 2023, o Brasil apresenta estabilidade de casos de mpox, segundo o Ministério da Saúde. 

O ministério diz que já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.

Em estado de alerta, mas sem alarme

O Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) vai operar na sede da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), em Brasília. A instalação do colegiado contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Durante a instalação do COE-Mpox, a ministra enfatizou que, embora não haja motivos para "alarme", é necessário manter um estado de "alerta" em relação ao vírus.

"Este é, sim, um motivo de alerta, monitoramento e preocupação. Para isso, contamos com nossos sistemas de vigilância e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), que são essenciais nessa resposta", afirmou.

A ministra ainda ressaltou que o País precisa se manter vigilante. "Devemos seguir as recomendações disponíveis para lidar com essa emergência de importância internacional, considerando a presença do vírus no Brasil."

Cepas do vírus Mpox

Na instalação do COE-Mpox, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, esclareceu sobre as cepas do vírus.

"Atualmente, temos duas cepas circulando na região da África. Após a declaração de emergência, descobriu-se que os primatas não eram os únicos hospedeiros da doença. A cepa 1 da variante B, que surgiu no Congo, tem gerado maior preocupação e é a razão para esta nova declaração da OMS, por ter se mostrado mais transmissível. Mutações fizeram com que essa variante B causasse casos mais graves, inclusive em crianças, o que representa uma apresentação diferente do que observávamos anteriormente", disse. 

Casos de mpox no Brasil

Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis, um número menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.

A vacinação contra a mpox foi iniciada em 2023, durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, com o uso provisório da vacina liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foi priorizada a proteção das pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença. Desde o início da vacinação, mais de 29 mil doses foram aplicadas no Brasil. 

Vacinação em massa contra mpox não é recomendada

A ministra da Saúde esclareceu, durante a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), que não haverá vacinação em larga escala contra a mpox.


Ikamahã/Prefeitura do Recife
Até o momento, 1.136 doses contra mpox foram aplicadas e registradas em Pernambuco, segundo a SES-PE - Ikamahã/Prefeitura do Recife

"No Brasil, nós vacinamos com uma licença ainda especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em casos muito excepcionais, para grupos muito vulneráveis, pessoas que tinham tido contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca será uma estratégia em massa para a mpox", frisou Nísia Trindade.

Ela acrescentou que os especialistas seguem estudando a eficácia da vacina no enfrentamento da nova cepa, e que há dificuldade de aquisição de imunizantes ante a escassez de fabricação em massa de doses.

Saúde negocia compra de 25 mil doses de vacina contra mpox

A compra emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox está em negociação, pelo Ministério da Saúde, com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), segundo noticiou a Agência Brasil. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (15), pelo órgão federal. A vacina é destinado a adultos a partir de 18 anos.

Durante a primeira emergência global por mpox, em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial da vacina Jynneos, já que o insumo não era licenciado no Brasil. A autorização foi renovada em fevereiro deste ano e venceria novamente este mês. O ministério já fez um novo pedido de renovação.

O que é mpox? Como a doença é transmitida?

A Mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com: 

  • Pessoa infectada pelo mpox vírus
  • Materiais contaminados com o vírus
  • Animais silvestres (roedores) infectados

Quais os sintomas de mpox?

  • Erupções cutâneas ou lesões de pele
  • Adenomegalia - Linfonodos inchados (ínguas)
  • Febre
  • Dores no corpo
  • Dor de cabeça
  • Calafrio
  • Fraqueza

Todas as pessoas com sintomas compatíveis com o de mpox devem procurar imediatamente uma unidade básica de saúde (UBS) e adotar as medidas de prevenção.

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