Mutirão da SES-PE garante cirurgias de quadril para crianças com microcefalia

Secretaria de Saúde de Pernambuco e Hospital Maria Lucinda proporcionam tratamento cirúrgico para displasia de quadril em crianças com microcefalia

Publicado em 16/09/2024 às 17:42 | Atualizado em 16/09/2024 às 17:46

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), em conjunto com o Serviço de Referência em Doenças Raras do Hospital Maria Lucinda (Rarus), iniciou nesta segunda-feira (16) um importante mutirão de triagem e consultas para cirurgias de quadril em crianças com microcefalia, decorrente da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ).

O objetivo da ação é identificar e encaminhar os pequenos pacientes para procedimentos cirúrgicos que visam tratar a displasia de quadril e outras deformidades congênitas, melhorando, assim, sua qualidade de vida e de suas famílias.

Ao todo, 100 crianças serão atendidas ao longo dos próximos 24 meses, e, só neste primeiro mutirão, 32 já passaram por avaliação médica.

Ampliação de cirurgias e acolhimento às famílias

Maira Arrais
Imagem de mães e crianças na fila aguardando atendimento - Maira Arrais

De acordo com a secretária Estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, o mutirão tem como principal meta aumentar a capacidade cirúrgica, agilizando o atendimento dos casos mais urgentes.

“Hoje vamos ampliar nossa capacidade cirúrgica, acelerando o ritmo dos procedimentos, sempre com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida para essas crianças e seus familiares. O trabalho não vai parar até conseguirmos atender todas as crianças”, declarou Cavalcanti.

Entre os principais responsáveis pela triagem e acompanhamento das cirurgias está o ortopedista Epitácio Rolim, que acompanha esses pacientes desde 2015. Ele explica que a displasia de quadril nas crianças com microcefalia acaba provocando um desgaste significativo da cabeça do fêmur, o que gera dores intensas e constantes.

Rolim destacou ainda que a dor crônica, comum nesses casos, faz com que o corpo adote posições defensivas, causando contraturas graves.

“Essas contraturas geram mais dor, que pode ser um gatilho para convulsões. As crianças, nesses casos, vivem acamadas, impossibilitadas de sentar-se, dormir bem e realizar as terapias necessárias. Com a intervenção cirúrgica, elas terão uma melhora significativa na qualidade de vida, com a possibilidade de uma vida normal, oportunidades de estudar e ter momentos de lazer”, explicou o ortopedista.

Mães aliviadas e esperançosas

O mutirão também trouxe alívio para as mães que acompanham a luta diária de seus filhos.

Karliana Ferreira, técnica de enfermagem de 32 anos, levou sua filha de 8 anos para a triagem e falou sobre suas expectativas.

“É uma mistura de ansiedade e medo, mas ao mesmo tempo a gente se sente acolhida e com a expectativa de uma vida melhor para eles. Será qualidade de vida para minha filha e conforto saber que agora vou poder realizar procedimentos simples como uma troca de fraldas sem ela sentir dor”, relatou Karliana.

Essa perspectiva de melhora é compartilhada por outras mães que participaram do mutirão, que destacaram o acolhimento e cuidado das equipes médicas envolvidas.

O sentimento de esperança é predominante entre as famílias, que vislumbram um futuro mais confortável e menos doloroso para seus filhos.

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