OMS aprova primeiro teste para diagnosticar mpox

Diagnóticos mais rápidos e precisos prometem melhorar a prevenção nos países mais atingidos pela doença, na África, diz Organização Mundial da Saúde

Publicado em 04/10/2024 às 10:48

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na manhã desta sexta-feira (3), ter aprovado o primeiro teste para o diagnóstico rápido da mpox.

Ele servirá para melhorar a prevenção nos países mais atingidos pela doença, em particular, do continente africano.

Em agosto, a mpox foi considerada emergência em saúde pública de importância internacional, mais a alto nível de alerta da OMS, devido ao risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia.

Mpox no mundo

Mais de 800 pessoas morreram no continente desde o início do ano por causa dessa doença viral que causa febre, dor muscular e lesões cutâneas, detectada oficialmente em 16 países, segundo a União Africana.

"A aprovação do uso de emergência" desses testes "será chave na hora de aumentar a capacidade de diagnóstico nos países que enfrentam surtos de mpox", destacou em um comunicado a agência sanitária da ONU.

"O diagnóstico prematuro da mpox possibilita o tratamento e o cuidado a tempo, e um melhor controle do vírus", acrescentou a OMS.

O dispositivo, chamado de Alinity m MPXV assay, dos laboratórios Abbott Molecular, consiste em um teste PCR em tempo real que permite a detecção da doença a partir de mostras extraídas dos pacientes.

O que é a mpox?

A mpox, anteriormente conhecida como "varíola dos macacos", é uma doença viral rara causada pelo vírus Monkeypox, que pertence à mesma família do vírus da varíola humana. A mpox foi identificada pela primeira vez em 1958, em colônias de macacos usados para pesquisas, mas sua principal forma de transmissão é entre seres humanos e animais selvagens, como roedores.

Os sintomas da mpox são semelhantes aos da varíola, porém mais leves. Eles incluem febre, dores de cabeça, dores musculares, inchaço dos linfonodos e o surgimento de uma erupção cutânea característica, que evolui de manchas para bolhas, crostas e cicatrizes.

A doença geralmente é autolimitada, com os sintomas desaparecendo em duas a quatro semanas, mas pode ser grave em alguns casos, especialmente em crianças, pessoas imunocomprometidas e grávidas.

A mpox pode ser transmitida por contato direto com lesões na pele, fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, ou por objetos contaminados.

Mpox no Brasil

Desde 2022 até o momento, apenas 16 mortes por mpox foram registradas no país. O óbito mais recente ocorreu em abril de 2023.

O Ministério da Saúde informa que continua a monitorar a situação da mpox e também, em agosto, disse que a pasta criaria um Comitê de Operação de Emergência para adotar medidas de enfrentamento à disseminação do vírus. 

Diagnóstico brasileiro

Desde 2022, os 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) e os quatro laboratórios de referência nacional no Brasil realizam exames diagnósticos para a mpox. As amostras biológicas são coletadas nos municípios e enviadas para esses laboratórios para análise.

O Ministério da Saúde garante que o país está devidamente abastecido com insumos para essa testagem.

A vacinação contra a mpox foi iniciada em 2023, durante o período de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Desde então, mais de 29 mil doses foram aplicadas em todo o Brasil.

VÍDEO: OMS declara a MPOX emergência de saúde mundial

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