Fim da gotinha: Pernambuco adota vacina injetável no combate à poliomielite
Nova fase do esquema vacinal contra poliomielite foi iniciada nesta segunda-feira (4), utilizando a vacina injetável no lugar da "gotinha"
A partir desta segunda-feira (4), seguindo recomendação do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), do Ministério da Saúde, Pernambuco implementa um novo esquema vacinal contra a poliomielite.
Com essa mudança, a vacina administrada por via oral (VOP), conhecida popularmente como “gotinha”, não será mais destinada à população.
A partir de agora, será adotada exclusivamente a vacina injetável (VIP) em todo o esquema vacinal de meninas e meninos.
O novo cronograma vacinal será constituído da seguinte maneira:
- 1ª dose (2 meses de idade);
- 2ª dose (4 meses);
- 3ª dose (6 meses);
- Dose de reforço aos 15 meses de idade.
Transição
A logística de transição foi iniciada pelo Programa Estadual de Imunização no final do mês de setembro, com a notificação às gestões municipais sobre a necessidade de realizar a logística reversa.
Essa ação envolve o encaminhamento das doses orais para a sede do Programa, visando à devolução dos imunobiológicos ao Ministério da Saúde durante este mês.
Segundo a superintedente de imunizações de Pernambuco, 336 mil doses da vacina "gotinha" já foram retiradas das unidades de saúde e a vacina injetável está disponível em todos os municípios.
“As doses da vacina injetável contra a poliomielite já estão nas unidades de saúde dos municípios pernambucanos e fazem parte do importante reforço para erradicação da doença", informou.
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Poliomielite no Brasil
O último caso de infecção pelo poliovírus no Brasil ocorreu em 1989, e, em 1994, o país recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem
Desde 1990, não há circulação do poliovírus no Brasil, um resultado atribuído aos esforços de imunização.
No entanto, a cobertura vacinal tem apresentado resultados preocupantes, ficando abaixo da meta de 95% desde 2016.
Em 2022, apenas 72% da população foi vacinada. Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o risco de retorno da paralisia infantil no Brasil como “altíssimo”.