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Mais de 90% das crianças usam internet frequentemente; especialistas alertam para impactos no desenvolvimento

A pesquisa Tic Kids Online Brasil de 2024 mostra que 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários frequentes da internet no Brasil

Por Maria Letícia Menezes Publicado em 24/03/2025 às 11:28

O uso de telas por crianças não é um assunto novo, muito menos o impacto que esse uso possui no desenvolvimento nos pequenos. Contudo, a normalização do uso por crianças cada vez menores têm preocupado especialistas.

A pesquisa Tic Kids Online Brasil de 2024 mostra que 93% dos brasileiros entre 9 e 17 anos são usuários frequentes da internet, por exemplo. E os dispositivos utilizados podem ser diversos: computadores, tabletes ou celulares. 

"As telas, quando usadas em excesso, podem ocupar o espaço de atividades como brincadeiras e interações reais, prejudicando o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e cognitivas", explica Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Além das dificuldades de atenção e problemas de memória, o especialista destaca que a sociedade médica está preocupada com a influência das telas no desenvolvimento da fala e da linguagem.

Consequências diretas

De acordo com a pesquisa do Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, realizada em 2023, um terço das crianças de até 5 anos passam mais de duas horas utilizando telas por dia.

Um aspecto importante é o impacto na imaginação das crianças. A falta de brincadeiras no mundo real, que envolvem exploração e criatividade, pode reduzir significativamente o desenvolvimento dessa habilidade, que é vital para o crescimento intelectual, segundo o neuropediatra.

"As telas em exagero levam ao isolamento social e à dificuldade de interação com outras crianças, assim como a comparação com a 'vida perfeita' retratada nas redes sociais, o que afeta a autoestima", alerta o especialista.

 

Como manter o uso das telas de forma saudável?

Fingir que as telas não existem não é uma opção. Os dispositivos são usados, inclusive, para atividades escolares. Mas, os pais e responsáveis podem 

  • Limite o tempo: é recomendável estabelecer horários específicos e limites diários para o uso de dispositivos;
  • Priorize atividades físicas e criativas: estimule brincadeiras criativas, leitura e jogos em grupo, além de atividades ao ar livre e esportes;
  • Seja exemplo: reflita sobre seus próprios hábitos e sobre como você usa a tecnologia para incentivar corretamente;
  • Supervisione os conteúdos: fique atento ao conteúdo acessado pelas crianças, garantindo que seja adequado à sua faixa etária.

Assista ao Videocast Saúde e Bem-Estar, do JC

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