Após nove anos de atrasos nas obras e de uma briga judicial, o governo de Pernambuco inaugurou, nesta quarta-feira (28), o novo prédio do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.
O instituto tem, entre as funções, a responsabilidade de analisar as amostras de DNA recolhidas pelos peritos em locais de crimes. Hoje, no Estado, há um banco com cerca de 21 mil perfis genéticos de presos condenados, vestígios em locais de crimes e restos mortais não identificados.
Desde 2012, o Estado contava com um laboratório provisório localizado na Área de Segurança Integrada 6, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes. Salas foram adaptadas e equipamentos foram adquiridos às pressas pela necessidade que o Estado tinha de realizar exames de DNA. O novo prédio deveria ter ficado pronto em 2013, segundo previsão inicial.
Gestor do novo instituto, o perito criminal Jeyson Valeriano comemorou a conclusão das obras do novo prédio. "Essa estrutura foi pensada, construída para agregar mais qualidade e haverá um ganho de produtividade nos trabalhos periciais", disse.
No total, 25 profissionais vão trabalhar no instituto. "Nossa demanda atual é de 3 mil casos por ano. São 7 mil amostras analisadas", detalhou. Segundo ele, mesmo com uma estrutura muito mais ampla, o número de equipamentos permanece o mesmo do antigo laboratório.
OBRAS PARADAS E RETOMADA
Com 966 m² de extensão, o novo instituto conta com oito salas e ocupa parte do estacionamento da sede da Secretaria de Defesa Social (SDS), no bairro de Santo Amaro.
A construção teve início em dezembro de 2012 e, em abril de 2014, a empresa responsável, Milão e Empreendimentos LTDA, desmobilizou as atividades. O impasse entre o Estado e a empresa foi parar na Justiça.
Nesse período, foi executado 52% do serviço previsto. A empresa recebeu metade do valor licitado para a construção pronta, que foi de R$ 1,9 milhão. Houve uma promessa de que as obras recomeçariam, com outra construtora, em 2018, mas isso não ocorreu. Somente no começo de 2022, a construção foi retomada. O custo do remanescente da obra, conforme licitação, foi de R$ 1.830.660.
GANHO NO COMBATE AOS CRIMES
Durante a inauguração do novo prédio do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, destacou que, mesmo provisório, o laboratório de genética forense já apresentava resultados satisfatórios.
Como exemplo, destacou o caso da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, que foi assassinada a facadas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, em 10 de dezembro de 2015. Em janeiro deste ano, após cruzamentos de amostras de DNA, foi possível apontar o suspeito pelo crime. Após o resultado, Marcelo da Silva confessou o homicídio à polícia.
"Pernambuco sempre foi referência nesse trabalho com a genética forense. O trabalho continuará firme para a resolução dos crimes contra a vida e crimes contra a liberdade sexual", pontuou.
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