Formada em comunicação social e com especialização na primeira infância, Carolina Cabral será a titular da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção às Drogas em Pernambuco. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (30) pela equipe da governadora eleita Raquel Lyra.
Carolina Cabral foi secretária de Planejamento Orçamento e Gestão e também executiva de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa em Caruaru, no Agreste do Estado.
Agora, assumirá a difícil missão de planejar e lançar programas para tirar as crianças e jovens da situação de vulnerabilidade e, consequentemente, reduzir a violência. Missão que não foi cumprida nos oito anos de gestão do governo Paulo Câmara, que contou com duas secretarias (agora unificadas) mas não lançou nenhum projeto para a juventude.
Em 2021, segundo a Secretaria de Defesa Social, 1.543 jovens (com idades entre 18 e 29 anos) foram assassinados. O número representa 45,81% do total de pessoas mortas em Pernambuco. Além disso, 215 adolescentes também foram vítimas.
O recorte precisa ser estudado com mais atenção para criação de políticas públicas que evitem que esses adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade sejam facilmente cooptados para ingressar em facções especializadas no tráfico de drogas. Ou, ainda que somente como consumidores de entorpecentes, eles percam a vida em pouco tempo.
Projetos artísticos, culturais e esportivos precisam ser desenvolvidos para atrair os adolescentes e afastá-los do mundo das drogas, como sempre pontuou os especialistas da área.
VIOLÊNCIA NO CABO DE SANTO AGOSTINHO É EXEMPLO
O Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, é um município que vem chamando a atenção, desde 2020, por causa da alta dos números da violência.
Naquele ano, apresentou taxa de 90 mortes por 100 mil habitantes - segundo lugar no ranking das cidades brasileiras mais violentas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A disputa entre grupos criminosos pelo domínio de território é apontada pela polícia como motivação para o crescimento dos homicídios.
Em 2021, a violência no Cabo continuou muito alta: foram 178 assassinatos. E 60,11% das vítimas tinham idades entre 12 e 29 anos - a maioria vivia em situação de vulnerabilidade e tinha relação com as drogas, segundo a polícia. Ao longo de 2022, as mortes nessa faixa etária continuaram.
Moradores do município reclamam da falta de atenção do poder público em criar projetos culturais e esportivos, além de empregos para diminuir a chance de os jovens recorrerem à criminalidade.