SALVAMENTO

Corpo de Bombeiros estuda nova estratégia para socorro de banhistas na praia de Boa Viagem

Postos de guarda-vidas estão deteriorados, desocupados e servindo de dormitório para pessoas em situação de rua

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 13/01/2023 às 10:43 | Atualizado em 13/01/2023 às 10:53
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Situação dos postos de salva-vidas da Praia de Boa Viagem - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco está estudando uma nova estratégia para o efetivo que trabalha nas praias, principalmente em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Os postos de guarda-vidas, já bastante deteriorados e sem vigilância, devem ser retirados e, em alguns casos, substituídos.

"A situação de salvamento na praia é muito dinâmica. Então, muitas vezes um ponto que era crítico deixa de ser um ponto crítico. Aí tudo será reavaliado. Além disso, alguns postos estão muito deteriorados. Nós vamos reavaliar a necessidade de retirar o posto. Eles também podem ser substituídos por uma estrutura melhor", explicou o novo comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel Luciano Alves Bezerra, em entrevista à Coluna Segurança

Com investimento de R$ 4 milhões, seis estruturas fixas de guarda-vidas foram instaladas na orla de Boa Viagem há dez anos - no Projeto Orla Segura. O objetivo dos postos era mais amplo: observação para salvamento aquático, policiamento, apoio ao turista, acessibilidade e até fiscalização de trânsito. Mas, na prática, não foi assim. 

Nos primeiros anos, havia bombeiros militares em todos os postos e durante todo o dia. Mas, sem efetivo suficiente, as estruturas passaram a ser desocupadas e passaram a ser usadas como ponto de tráfico e consumo de drogas, além de prostituição de dormitório para pessoas em situação de rua. 

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Abandonados, postos de salva-vidas viraram abrigo para pessoas em situação de rua - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

"Hoje, temos uma deficiência de efetivo que faz com que não possamos ocupar todos os postos que são fixos. Vamos fazer um estudo estatístico para ocupar os postos que têm mais demanda. E já está na nossa conversa com a secretária (de Defesa Social, Carla Patrícia Cintra) reestruturar essa atividade de salvamento", afirmou o coronel.

"Às vezes uma estação fixa não é melhor para a população. A população precisa de atendimento nos locais onde há mais ocorrências, onde há maior número de banhistas. Tudo isso vai definir nossa estratégia para lançamento de efetivo", completou. 

No dia 1º de janeiro deste ano, cinco pessoas foram socorridas após afogamento na Praia do Pina. Uma delas - um adolescente de 16 anos - morreu. Banhistas que estavam no local reclamaram que não havia salva-vidas nas proximidades e que eles demoram para chegar para o socorro. 

Além dos afogamentos, o litoral pernambucano sofre com o risco de incidentes com tubarão. Só na praia de Boa Viagem há registro de 24 ataques. No Pina, mais três. Os números começaram a ser somados no ano de 1992 pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT).

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O coronel Luciano Alves Bezerra também disse que o Corpo de Bombeiros Militar será reequipado. 

"A governadora Raquel Lyra tem a consciência da necessidade de reequipar o Corpo de Bombeiros. É preciso a reposição de viaturas, modernização do nosso parque de equipamentos como o todo. Ao longo do tempo, as tecnologias vão evoluindo e há necessidade de trazer novos equipamentos para o Corpo de Bombeiros. Tudo está sendo planejado", declarou.

O coronel assumiu o comando do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco no começo do mês. Ele é graduado em administração, com especialização em Emergências e Desastres e atuou no Grupamento de Bombeiros de Petrolina.

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