A Polícia Civil de Pernambuco concluiu as investigações relacionadas à morte de Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. O soldado da Polícia Militar Guilherme Santana Ramos de Barros, 27, foi indiciado pelo crime de feminicídio.
O caso aconteceu no dia 20 de dezembro de 2022. Logo após matar a esposa, o soldado rendeu um motorista de aplicativo e seguiu para o 19º Batalhão, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, onde atirou em colegas de farda e depois teria se matado.
Em depoimentos colhidos pelos investigadores da 14ª Delegacia de Polícia de Homicídios, ficou claro que o soldado não aceitava o fim do relacionamento e que também praticava agressões contra a mulher, que estava grávida de três meses.
A Polícia Civil informou que o resultado do inquérito de feminicídio foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Como o suspeito está morto, a tendência é que o promotor responsável por analisar o caso solicite à Justiça o arquivamento.
A segunda investigação, sob a responsabilidade da Polícia Militar, precisa esclarecer os possíveis motivos que levaram o soldado Guilherme Barros a atirar nos colegas de farda. Além disso, o inquérito vai apontar se ele realmente cometeu suicídio logo em seguida.
Enquanto seguia para o batalhão, o soldado teria dito que iria "matar os inimigos". Essas possíveis desavenças estão sendo investigadas.
O sargento Maurino Uchoa, baleado de raspão na cabeça, e cabo Paulo Rebelo, ferido no ombro, já foram ouvidos pelos investigadores.
Também foram atingidos pelos tiros o 2º tenente Wagner Souza do Nascimento, de 30 anos, que morreu na hora, e a major Aline Maria Lopes dos Prazeres Luna, 42, que era subcomandante do 19º Batalhão. A PM chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Português, mas faleceu no mesmo dia - horas após passar por cirurgia.
Procurada, a Polícia Militar disse apenas que "o inquérito policial militar ainda não foi concluído".
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o soldado aparece de mochila entrando no batalhão. Ele passa por colegas e segue por um corredor até chegar na sala de monitoramento, onde imediatamente após abrir a porta efetua vários tiros contra outros policiais, que tentam se proteger.
Segundos depois, Guilherme sai pela mesma porta e, um pouco a frente, outro militar aparece armado. A imagem indica uma possível troca de tiros. O soldado volta à sala de monitoramento e corre. Não fica claro, no entanto, se ele foi atingido por algum tiro. A informação, inicial, é de que ele se matou.