A presença de policiais militares pelas ruas, tão cobrada pela população pernambucana, voltará a ser observada a partir desta quinta-feira (12). É o que promete a Operação Pernambuco Seguro, que foi anunciada pelos comandantes das forças de segurança do Estado.
A partir de agora, 1,1 mil PMs a mais estão nas ruas, sendo 500 na Região Metropolitana do Recife e 600 nos municípios do interior. Esse aumento será possível porque o efetivo fará mais plantões extras, em dias de folga.
"O foco principal é a polícia mais perto do cidadão. Os policiais serão lançados em duplas a pé nos principais corredores e avenidas da Região Metropolitana do Recife, como também no interior do Estado. Haverá também viaturas em corredores de maior movimento, viaturas paradas em algumas esquinas e também perto de comércios", afirmou o comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel Tibério César dos Santos.
Nos últimos dias, pessoas que vivem perto do Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, denunciaram os constantes assaltos, que estariam sendo praticados por dois homens em uma moto. Nesta quinta-feira (12), a polícia informou que eles foram identificados e presos.
O comandante geral da PM afirmou que parques e praças também receberão o reforço na Operação Pernambuco Seguro, que não tem prazo para acabar.
Segundo ele, nas próximas semanas o número de policiais militares lançados às ruas do Estado chegará a 1,6 mil. O coronel disse não saber dizer a quantidade de PMs que faziam a segurança ostensiva antes do anúncio desta operação.
O investimento é de R$ 7,5 milhões, segundo a gestão estadual. Também estão inclusos neste valor plantões extras para o efetivo das polícias Civil e Científica e do Corpo de Bombeiros.
Seguindo o discurso de policiamento mais perto do cidadão, a nova chefe da Polícia Civil de Pernambuco, a delegada Simone Aguiar, afirmou que as delegacias vão estar mais preparadas para receber vítimas de violência.
"Se vai ter mais policiais nas ruas, nossas delegacias precisam estar mais preparadas para receber as ocorrências. Quero preparar, junto da nossa tropa, esse atendimento de qualidade. Que uma mulher agredida nos procure e sinta a importância de nos procurar, porque hoje muita gente não registra queixa", disse.
"Nosso papel é ter esse reforço no recebimento (da queixa), mas também no assessoramento da investigação. É a gente qualificar, identificar vínculos dessas associações criminosas que estão atuando em nosso Estado. O papel da inteligência é fundamental para dar uma resposta mais rápida", completou a delegada, que era diretora de Inteligência da Polícia Civil.
Sobre a falta de delegacias abertas à noite e nos fins de semana, a delegada disse que o assunto está sendo tratado com a governadora. Mas não adiantou se as unidades policiais voltarão a ser abertas 24 horas, como necessita e clama a população.
A Coluna Segurança questionou o comandante geral da PM sobre a necessidade de concurso público para diminuir o déficit na corporação. Segundo dados da Lei de Acesso à Informação atualizados em julho de 2022, havia 16.722 PMs na ativa. O número mínimo ideal seria de 27.672, ou seja, faltam cerca de 11 mil militares.
"A governadora (Raquel Lyra) sabe desse déficit e também estará se posicionando sobre isso em breve", declarou o coronel.
O governo Paulo Câmara chegou a assinar autorização para concurso para todas as forças de segurança, o que incluem também as polícias Civil e Científica e o Corpo de Bombeiros. Mas a gestão chegou ao fim e os editais não foram lançados.
A gestão da governadora Raquel Lyra tem um desafio enorme pela frente após anunciar essa nova operação. Afinal, as críticas em casos de violência, a partir de agora, não serão mais atribuídas pela população à gestão anterior.
Vale lembrar que, em dezembro de 2022, dias após o anúncio da Operação Papai Noel, que prometia reforço policial nos pontos comerciais de maior movimento para as compras de fim de ano, um casal de turistas alemães foi abordado, assaltado e agredido no Centro do Recife. Uma das vítimas faleceu dias depois. As críticas foram imediatas às falhas da operação e ao então governador Paulo Câmara.