VÍTIMAS DA BOATE KISS: Pouco antes de morrer no incêndio, jovem pediu socorro pelas redes sociais

Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, uma publicação nas redes sociais da protética Michele Cardoso, 20 anos, desesperava seus amigos e familiares e anunciava uma das maiores tragédias ocorridas no País.

"Incêndio na Kiss. Socorro", escreveu a jovem. Horas depois, o nome dela apareceria na primeira lista de mortos no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul.

Michele trabalhava na chapelaria da Boate Kiss nos fins de semana. Ela estava na casa noturna com os irmãos, Clarissa Lima, 26, e Bruno Cardoso, 23, e o namorado, João Paulo, 20. Dos quatro, apenas Bruno conseguiu escapar.

RELEMBRE O INCÊNDIO NA BOATE KISS

No dia da tragédia, a Kiss era palco da festa "Agromerados", organizada por estudantes universitários da cidade.

O incêndio começou quando um dos membros da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na boate, disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto revestido de espuma.

O fogo e a fumaça tóxica da espuma logo se espalharam, resultando em 242 pessoas mortas e 636 feridas. Assim como Michele, a maior parte dos mortos na Boate Kiss era jovem.

Veja imagens do resgate de vítimas do incêndio na Boate Kiss

JULGAMENTO DO CASO DA BOATE KISS FOI ANULADO

Familiares e sobreviventes da tragédia ainda aguardam o desfecho judicial.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Em 2021, eles foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 18 a 22 anos de prisão.

Sob o argumento de descumprimento de regras na formação do Conselho de Sentença, o Tribunal de Justiça do estado anulou a sentença e revogou a prisão em agosto do ano passado. Um novo júri popular deve ser marcado.