O grupo criminoso que vendia ingressos falsos para o Carnaval 2023, e que foi alvo de operação da Polícia Civil de Pernambuco nesta quinta-feira (16), fez mais de 300 vítimas. Segundo as investigações, pessoas lesadas pagaram acima de R$ 600 por camisas ou pulseiras vips que, na verdade, eram falsificadas.
A Operação foi denominada "Piratas do Carnaval". Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e bloqueio judicial de ativos financeiros, todos expedidos pelo Juízo da Vigésima Vara Criminal da Comarca de Recife.
Segundo a polícia, o grupo já vinha agindo desde o final do ano passado, vendendo ingressos falsificados para festas de Réveillon. Os criminosos usavam perfis falsos nas redes sociais, com fotos de mulheres atraentes, para enganar as vítimas.
O golpe funcionava da seguinte forma:
Três perfis falsos ofertavam ingressos nos comentários das postagens feitas no Instagram da festa oficial;
Negociação seguia por troca de mensagens no WhatsApp;
Entregador levava o material falso (geralmente camisa ou pulseira) ao local combinado pelo comprador;
No local indicado, havia a transferência de dinheiro via "pix" ou cartão eletrônico.
"Infelizmente a pessoa só percebia que havia caído no golpe ao tentar entrar no evento. Então, quando escaneava o QRCode, percebia que o ingresso era falsificado. Tudo era bem idêntico ao verdadeiro", pontuou o delegado Eronides Meneses, responsável pela investigação.
A polícia informou que chegou a solicitar a prisão preventiva de quatro suspeitos, mas a Justiça não autorizou.
"Uma das envolvidas, inclusive, já tem cinco boletins de ocorrência contra ela por ingresso falso. Uma jovem está se formando em enfermagem. A mãe dela chegou a acompanhá-la na delegacia e disse que ela não precisava estar envolvida nisso. E os demais ainda estão sendo investigados", disse Meneses.
Os suspeitos vão responder por crimes de fralde eletrônica, falsidade ideológica e fraude no comércio.
Durante a operação, ingressos falsificados, pulseiras de festas open bar e áreas vips, cartões de crédito e até cartões de vacinação da covid-19 foram apreendidos. Os materiais foram levados para o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no bairro de Tejipió, e vão passar por perícia do Instituto de Criminalística.
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco e pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro. No total, 40 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães participaram da operação.