ESCOLAS DE PERNAMBUCO: Governo define novas medidas de segurança após mensagens nas redes sociais

Em Pernambuco, a Polícia Civil está investigando mensagens de possíveis ataques em escolas
Raphael Guerra
Publicado em 10/04/2023 às 16:41
Secretaria de Educação e Esportes convocou reunião para discutir medidas de segurança nas escolas Foto: WELINGTON LIMA/JC IMAGEM


Os recentes ataques e ameaças em escolas e creches do Brasil estão preocupando cada vez mais os pais. Nos últimos dias, mensagens passaram a circular pelas redes sociais e em grupos de WhatsApp de maneira mais frenética. 

Em Pernambuco, a Polícia Civil está investigando ameaças de ataques em escolas - principalmente da rede estadual de ensino. Na semana passada, unidades precisaram suspender as aulas ou colocá-las em formato remoto por alguns dias por medida de segurança. 

Nesta terça-feira (11), representantes das secretarias de Educação e Esportes e de Defesa Social vão se reunir com os gestores das Gerências Regionais de Educação para ouvir o que está sendo disseminado e quais serão as próximas ações a serem adotadas nas unidades de ensino.

Há mensagens também envolvendo nomes de colégios particulares. A orientação é que representantes das instituições registrem queixa na delegacia mais próxima para que os casos possam ser investigados. 

Com relação às escolas da Rede Estadual de Pernambuco, a Secretaria Estadual de Educação e Esportes afirmou que conta com algumas unidades de ensino com vigilância 24 horas, sistemas de monitoramento, segurança terceirizada, além das rondas da Patrulha Escolar.

"A pasta segue atenta à segurança nas unidades de ensino, assim como às demandas socioemocionais dos estudantes e professores, e em breve vai lançar um programa de escuta e de encaminhamento nesse processo de humanização, considerando as situações que emergem diariamente no cotidiano das instituições de ensino", informou a secretaria. 

PSICÓLOGA PEDE DIÁLOGO ENTRE PAIS, ESCOLA E ESTUDANTES

Pais de crianças e adolescentes estão preocupados com os recentes casos de violência nas escolas. Alguns, inclusive, já estão procurando as diretorias das instituições de ensino para saber quais as medidas que estão sendo adotadas para garantir a segurança dos filhos.

Mas não basta reforçar a segurança na entrada das escolas, por exemplo, como pontua a psicóloga Ana Cristina Fonseca, professora da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). É preciso ir além e questionar: de que forma as famílias e as escolas podem e devem auxiliar na condução do comportamento desses jovens? O que é preciso estar atento?

De acordo com a psicóloga, as crianças e adolescentes estão muito susceptíveis à violência porque as estruturas cognitivas e psíquicas ainda não estão bem fortalecidas. Ela afirma que, na adolescência, a delicadeza do “momento de passagem” faz com que essas emoções sejam vividas de uma maneira mais intensa.

“Hoje, a escola é o lugar dos relacionamentos, onde há um maior convívio entre esses jovens. Sobretudo, tendo em vista, a nova forma de organização urbana, onde as crianças vivem dentro dos apartamentos, não brincam mais nas ruas, não praticam jogos coletivos presencialmente”, diz.

Por isso, pais e professores precisam reforçar o diálogo com os jovens sobre toda e qualquer situação.

“Escutar os alunos para saber sobre quais questões preocupam eles. E poder falar sobre o que eles pautarem. Todos nós temos agressividade, é impossível viver sem agressividade. No entanto, é preciso canalizar esse comportamento para ações saudáveis. E isso é possível na medida em que se usa a energia disponível para ações coletivas e produtivas. Quando não expressamos por meio das palavras, surgem os atos. E a violência é exposta”, considera Ana Fonseca.

INTERIOR DE PERNAMBUCO

No começo da semana passada, duas escolas localizadas no interior de Pernambuco precisaram reforçar a segurança após ameaças recebidas pelas redes sociais.

As instituições fazem parte da rede estadual de ensino de Pernambuco. Segundo a Secretaria de Educação e Esportes, a Polícia Militar foi acionada para, junto aos vigilantes, garantir o policiamento na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) João Batista Vasconcelos, no município de Tacaratu, e a EREM de Jatobá, que fica em Petrolândia.

A Polícia Civil também foi acionada para investigar as ameaças. "As instituições envolvidas encaminharam as publicações em redes sociais às autoridades competentes e registraram um boletim de ocorrência", informou a secretaria.

A EREM de Jatobá manteve as aulas com a segurança reforçada na última segunda-feira. Já na EREM João Batista de Vasconcelos, as aulas ocorreram de forma remota.

DIVULGAÇÃO - Comunicado do SJCC



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