Saiba quem são os PMs acusados de agredir mulher após festa no interior de Pernambuco

Em vídeo divulgado na internet, vítima de 25 anos aparece levando socos no rosto. Policiais vão ficar afastados das atividades por 120 dias, até fim das investigações
Raphael Guerra
Publicado em 18/04/2023 às 10:22
Agressão policial foi registrada do lado de fora de um clube municipal, onde ocorria uma festa. Vítima encontrou delegacia da cidade fechada Foto: REPRODUÇÃO


Os dois policiais militares que foram filmados agredindo uma mulher de 25 anos no município de Primavera, Zona da Mata Sul de Pernambuco, foram afastados das atividades por 120 dias. A determinação, publicada em portaria nesta terça-feira (18), foi assinada pela secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha. (Veja vídeo mais abaixo)

Os nomes dos policiais militares acusados pela agressão também foram divulgados na portaria. Tratam-se do sargento Ademir Sena da Silva e do cabo Elias dos Santos Rafael. Ambos estão lotados no 21º batalhão da Polícia Militar de Pernambuco. 

No documento, a secretária estadual pontua que o afastamento cautelar dos policiais tem o objetivo de "garantir a ordem pública, a instrução regular do processo disciplinar e à viabilização da correta aplicação de sanções disciplinares, já que recaem sobre eles indícios de práticas de atos incompatíveis com as
funções públicas". 

VEJA A PORTARIA:

 

REPRODUÇÃO - Portaria da SDS

 

Os PMs também deverão entregar identificação funcional, distintivo, arma, algema ou qualquer outro instrumento relacionado à função que esteja em sua posse.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, a vítima, cujo nome será preservado, aparece levando socos no rosto ao lado de uma viatura policial.

Veja vídeo da agressão dos PMs

ENTIDADE DE DIREITOS HUMANOS REPUDIA VIOLÊNCIA POLICIAL

O Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) repudia a violência machista de agentes da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), cometida no dia 16 de abril, contra uma mulher, no município de Primavera (PE).

A partir das imagens disponibilizadas não houve, por parte da vítima, nada que levasse os policiais a agirem daquela maneira e naquela proporção. Ao que parece, não foram respeitados os protocolos referentes ao uso progressivo e seletivo da força.

Em Pernambuco, há uma escalada de casos dessa natureza. É inadmissível que agentes do Estado tenham condutas como essa, sobretudo quando veladas pelo machismo, racismo e demais formas de descriminação.

Deve-se haver uma rigorosa investigação que, de forma transparente e com a garantia do amplo direito de defesa, determine a responsabilização administrativa e criminal dos envolvidos no episódio.

Faz-se também necessário e urgente a implementação de medidas, por parte da Secretaria de Defesa Social (SDS/PE), no âmbito do poder executivo, no sentido de evitar esse tipo de comportamento.

Deste modo, comprometendo-se a rever padrões de abordagem, revisitar processos formativos e protocolos de atuação que visem coibir atitudes arbitrárias e covardes.

Além de ter sofrido a violência física, a vítima ainda enfrentou dificuldades para registrar a ocorrência, devido à informações incompletas repassadas por agentes da Polícia Civil (PE).

O Gajop se solidariza com a vítima e já se colocou à disposição para prestar assessoria jurídica gratuita, bem como, acompanhá-la em todas as etapas do processo investigatório da Corregedoria.

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