Três meses após candidatos denunciarem que as provas objetivas do concurso para oficiais apresentavam falhas e destaques às alternativas corretas, a Polícia Militar de Pernambuco decidiu atender ao pedido do Ministério Público e determinou a anulação das questões. Além disso, instaurou um procedimento administrativo para apurar as irregularidades.
Ao todo, 1.078 candidatos do Curso de Formação de Oficiais da Administração (CFOA - PM 2023) se inscreveram para a seleção para preenchimento de 97 vagas para o Quadro de Oficiais da Administração e duas vagas para o Quadro de Oficiais Músico.
As provas ocorreram em 23 de abril deste ano. Na ocasião, parte dos inscritos percebeu que várias questões apresentavam as alternativas corretas em destaque (em negrito ou com algum recuo) nas páginas das provas.
Candidatos apresentaram recursos à banca examinadora responsável pelo concurso, que foi o Instituto de Apoio à Fundação Universidade de Pernambuco (IAUPE), mas apenas a questão 21 foi anulada, sob o argumento de "constar uma maior quantidade de tonner sobre uma das opções de resposta".
O Ministério Público Estadual foi acionado e, após análise, recomendou que a Polícia Militar anulasse as provas objetivas. No pedido de anulação das provas, a promotora de Justiça Selma Magda Pereira destacou que teve ciência de cinco ações judiciais em curso, as quais buscam a anulação do concurso.
Disse também que, "em análise das fotos e dos vídeos encaminhados na denúncia é possível perceber, claramente, diferenças de recuos e de coloração nas assertivas corretas – de acordo com o gabarito oficial, o que levaria aos candidatos a indução da resposta correta".
A promotora citou, por exemplo, irregularidades em várias questões da prova objetiva que não foram anuladas pela banca examinadora.
Em uma nova recomendação expedida nessa semana, a 15ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital decidiu recomendar à Polícia Militar que anule apenas as nove questões da prova objetiva que apresentavam marcações ( 22, 23, 24, 25, 33, 42, 43, 50 e 51). Destacou ainda que pode ser dado andamento às etapas seguintes da seleção conforme a previsão do edital.
Procurada pela coluna Segurança, a Polícia Militar informou que acolheu a recomendação do Ministério Público e orientou que ao IAUPE "que a pontuação das questões anuladas fossem redistribuídas entre os candidatos, sem prejuízo para as fases seguintes do concurso".
"Em relação à suposta marcação das respostas corretas na prova, a PMPE também determinou a instauração de um procedimento administrativo para apurar as possíveis falhas ocorridas durante a aplicação dos testes", informou, em nota, a corporação.
A o resultado da conclusão do procedimento administrativo deverá ser comunicado ao Ministério Público.