DEFESA PESSOAL FEMININA: Para se protegerem da violência, mulheres aderem aos cursos de defesa pessoal

Instrutor destaca que a intenção do treinamento não é criar uma cultura de violência, mas proporcionar às mulheres ações de prevenção e defesa em situação de confronto ou risco
Raphael Guerra
Publicado em 30/07/2023 às 8:00
A corretora de seguros Pollyanne Vasconcelos aderiu às aulas de jiu-jítsu há três anos Foto: DIVULGAÇÃO


Apesar de campanhas de conscientização e promessas de punições mais severas, os casos de violência física ou sexual contra mulheres se multiplicam pelo País. Por causa disso, como forma de prevenção, muitas delas estão procurando treinamentos de defesa pessoal. 

A corretora de seguros Pollyanne Vasconcelos, de 32 anos, aderiu ao jiu-jítsu para tentar se proteger nas ruas. Pratica a técnica há três anos e, felizmente, nunca precisou usá-la para se defender de agressores. 

"As artes marciais sempre me chamaram atenção por estarem conectadas muito à questão de defesa pessoal e autoconfiança, principalmente. Ser mulher em nossa sociedade é difícil. Estamos sempre vulneráveis a possíveis violências. Sou corretora de seguros, lido diariamente com pessoas. Por isso, me senti mais segura sabendo que posso me defender na rua ou qualquer outro ambiente", comenta.

Especialistas destacam que as técnicas aprendidas nos cursos de defesa pessoal são utilizadas para preservar a integridade física e emocional de quem as pratica. E que elas se baseiam na prevenção, evitando chegar à condição de vítima por meio do conhecimento dos riscos e adoção de procedimentos de segurança pessoal que dificultem uma ação violenta por parte do agressor.

Existem diversas artes marciais que podem auxiliar para a apreensão das técnicas de defesa pessoal para o público feminino. A maioria se baseia em origens orientais, como jiu-jítsu e muay thai, além de junções de várias técnicas, como é o caso do krav magá, desenvolvido pelo Exército de Israel.

"A mulher, através do uso de técnicas e entendendo de pontos vitais do seu oponente, poderá se livrar tranquilamente de um momento de risco ou confronto", afirma o professor de arte marcial e instrutor de defesa pessoal Kleber Silva.

DIVULGAÇÃO - Cresce número de mulheres que procuram curso de treinamento para defesa pessoal

O professor, que é faixa preta no jiu-jítsu e personal fight, pontua que a possível vítima poderá utilizar qualquer tipo de objeto que estiver disponível no momento do combate, principalmente se o agressor for de porte bem superior: uma caneta, uma garrafa ou qualquer outro objeto deve ser utilizado para aumentar suas chances de sobrevivência.

A intenção não é criar uma cultura de violência, mas proporcionar às mulheres ações de prevenção e, caso necessário, que elas saibam se defender até sair da situação de confronto ou de risco.

Crianças a partir de 8 anos já podem iniciar os treinos de defesa pessoal e não tem limite de idade. "Já tivemos nas aulas pessoas com mais de 60 anos, conseguindo desenvolver muito bem as técnicas", conta Kleber Silva.

A prática da defesa pessoal proporciona:

• Elevação da qualidade de vida, com a prática de exercícios regulares que melhoram as funções do corpo e aumenta a autoestima;

• Contribuição para as habilidades físicas propiciando maior força, flexibilidade, coordenação motora, velocidade, agilidade e resistência nas situações de emergência;

• Melhoria do aspecto emocional, proporcionando confiança, autodisciplina e determinação para alcançar objetivos. 

COMO ESCOLHER UM PROFISSIONAL?

O especialista argumenta, ao pensar em contratar um professor de defesa pessoal, a mulher deve procurar indicações de colegas, além de verificar a graduação do profissional na luta proposta.

"Na forma personalizada ou em grupos em centro de treinamentos e academias, a aluna deverá buscar referências sobre o instrutor. Existem charlatões no mercado e todo o cuidado é pouco", frisa Kleber Silva.

Também é importante verificar os tipos de lutas existentes e a qual melhor possa se adequar. Além de atuar na autoestima e na criação de uma postura que leva à segurança mental e física, uma aula de arte marcial, como jiu-jítsu, poderá ter uma queima de 500 calorias em uma hora.

As aulas podem ser realizadas no formato de cursos, aulas semanais em grupo ou personal, os preços podem variar entre R$ 100 e R$ 400.

"Um curso básico, em média, tem uma periodicidade de três meses, com aulas semanais de uma hora, sendo 12 encontros. Há formatos de cursos que podem ser reduzidos para um mês, com dois encontros semanais de três horas, esclarece.

 

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