A velório do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, titular da 21ª Vara Cível da Capital, morto com um tiro na cabeça, aconteceu no Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, na tarde desta sexta-feira (20). Chocados com o crime, registrado na noite anterior, familiares, amigos e colegas de trabalho compareceram à cerimônia e destacaram as inúmeras qualidades do magistrado, que tinha mais de 30 anos de carreira.
"Meu pai era uma figura. Amante da cultura, um tocador de violão singular. Uma pessoa que apreciava literatura, filme. Esposo maravilhoso, um baita de um pai, um avô encantado com as netas. Os almoços de domingo eram eventos de família, duravam o dia inteiro. Vai fazer falta, a gente não entende. Está todo mundo consternado com o que aconteceu", declarou o filho, o servidor público Daniel Torres, de 44 anos. Ele é o mais velho de três filhos.
"A gente vai esperar que as coisas se resolvam da melhor forma possível", completou.
Bastante emocionada, a servidora pública Mariana Gaião, que trabalhava no gabinete do juiz como assessora, afirmou que ele sempre tratava todos os funcionários de forma muito humilde. E que o tinha como um amigo.
"Tive o privilégio de estar com ele, viver com ele, aprender com ele. Era um ser humano fantástico. A gente não perdeu só um chefe, um juiz. A gente perdeu um amigo. Não tenho nem palavras", disse.
QUEM ERA O JUIZ PAULO TORRES?
Paulo Torres Pereira da Silva estava na magistratura há mais de três décadas.
"Conhecido como Paulão, o magistrado era muito querido por todos que fazem o Judiciário pernambucano. Tinha 69 anos e era juiz há quase 34 anos. Em várias oportunidades, atuou como desembargador substituto", informou a assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Paulo Torres tomou posse na magistratura pernambucana no dia 25 de abril de 1989. Através do Ato 130/1989, publicado no dia 19 de abril do referido ano, no Diário Oficial da Justiça, ele foi nomeado magistrado, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos para exercer o cargo de juiz de direito, na Comarca de Verdejante, iniciando o exercício de sua função no dia 26 de abril de 1989.
Em 1991, Paulo Torres assumiu a 2ª Vara da Comarca de Salgueiro. A partir do referido ano, ele também atuou como juiz das Comarcas de Serrita, São José do Belmonte, Parnamirim, Belém de São Francisco e Escada. Em 1993, o magistrado atuou na Comarca de Jaboatão dos Guararapes. Em seguida, atuou na Comarca do Cabo de Santo Agostinho.
A chegada à Comarca da Capital aconteceu em 1994. No Recife, foi juiz na 8ª Vara Cível, na 1ª Vara da Fazenda Municipal e no I Juizado Especial de Pequenas Causas do bairro do Rosarinho. Atuou também nas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª, 13ª, 16ª, 17ª e 18ª Varas Cíveis da Capital.