SEGURANÇA EM PERNAMBUCO

Nos bastidores, ex-titulares das polícias Civil e Militar reclamavam de falta de diálogo com Raquel Lyra

A delegada Simone Aguiar e o coronel Tibério César dos Santos foram exonerados dos cargos nesta segunda-feira (22)

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Raphael Guerra

Publicado em 22/01/2024 às 23:11 | Atualizado em 23/01/2024 às 7:05
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A decisão da governadora Raquel Lyra em substituir os atuais titulares das polícias Civil e Militar de Pernambuco, na noite desta segunda-feira (22), surpreendeu os profissionais da segurança pública. O coronel Tibério César dos Santos e delegada Simone Aguiar deixam os cargos após pouco mais de um ano. 

Nos bastidores, em meio à pressão por melhores resultados para redução da violência - que segue em alta - os titulares das polícias Civil e Militar diziam a pessoas mais próximas que precisavam de mais efetivo para atingirem as metas estabelecidas pelo Juntos pela Segurança. 

Além disso, a delegada já havia sinalizado que sentia falta de reuniões periódicas da governadora com a cúpula da segurança pública para criar um diálogo e traçar estratégias de combate aos crimes.

Enquanto o Pacto pela Vida realizava encontros mensais com a presença do governador, Raquel Lyra não chegou a sentar à mesa com os titulares das polícias de Pernambuco ao longo de um ano.

Na visão dos gestores que estão deixando o comando da PM e da Civil, o déficit histórico de profissionais da segurança era, talvez, a principal dificuldade encontrada para o avanço no combate à criminalidade em Pernambuco.

Na Polícia Militar, por exemplo, há pouco mais de 16 mil profissionais, quando o ideal seria ter no mínimo 27 mil.

VIOLÊNCIA SEM CONTROLE EM PERNAMBUCO

Além de fechar o ano de 2023 com aumento de mortes violentas intencionais, o começo de janeiro de 2024 vem registrando números muito alarmantes em Pernambuco.

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 3.632 pessoas foram assassinadas no ano passado. O crescimento foi de 5,98% em relação a 2022, quando 3.427 vidas foram perdidas. 

Quando se fala em mortes violentas intencionais, como são classificadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS), estão englobados os homicídios, latrocínios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e os óbitos em intervenções policiais.

O Juntos pela Segurança tem como meta a redução de 30% no número de mortes violentas intencionais até o final de 2026, tendo como base o resultado de 2022.

O mesmo índice se aplica aos casos de violência contra a mulher, aos crimes violentos patrimoniais e aos roubos e furtos de veículos. 

NOVOS TITULARES DAS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL DE PERNAMBUCO

REPRODUÇÃO
O coronel Ivanildo Cesar Torres de Medeiros assume o Comando Geral da Polícia Militar. O delegado Renato Márcio Rocha Leite assume a chefia da Polícia Civil - REPRODUÇÃO

O novo comandante da PM será o coronel Ivanildo Cesar Torres de Medeiros. Já o titular da Polícia Civil será o delegado Renato Márcio Rocha Leite.

Ivanildo Torres ingressou na corporação em 1995. Ele possui graduações no Curso de Formação de Oficiais pela Academia de Polícia Militar de Paudalho, bacharelado em Direito e licenciatura em Filosofia, além de pós-graduação em Capacitação Pedagógica, Gestão em Segurança Pública, Planejamento Organizacional e Gerenciamento de Desastres e Emergências. É especialista na área de Gerenciamento de Crise e Desastre.

O delegado Renato Leite, por sua vez, é bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco e possui pós-graduação em Políticas Públicas de Segurança. Ele integra os quadros da Polícia Civil pernambucana desde 2000.

DE SAÍDA

Tibério César dos Santos foi empossado como comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco em janeiro de 2023, quando Raquel assumiu o governo estadual. 

O coronel ingressou às fileiras da Polícia Militar em 1993, na Academia de Polícia Militar do Paudalho. Ele já exerceu os cargos de comandante do 4º e 14º BPM, assistente do Comando Geral, diretor de Saúde da PM, diretor de Apoio Logístico, diretor-adjunto da Dinter I e II, e, por fim, diretor geral de Administração da PM. 

Simone Aguiar é delegada da Polícia Civil desde 2008. Em 2010, passou a atuar na área de inteligência policial. Teve ainda passagens pela Corregedoria, Núcleo de Inteligência do DHPP e Diretoria de Inteligência da PCPE (Dintel), cargo que ocupou de 2017 até o final de 2022, quando recebeu o convite para assumir a chefia da corporação.

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