Às vésperas do Carnaval, detentos fogem de presídio do Grande Recife
Ao menos sete presos que estavam no Centro de Saúde Penitenciário (CSP), unidade voltada aos que têm problemas mentais, conseguiram fugir nesse domingo (4)
A falta de segurança no sistema prisional de Pernambuco resultou em uma fuga em massa às vésperas da abertura oficial do Carnaval. Nesse domingo (4), ao menos sete presos conseguiram pular o muro do Centro de Saúde Penitenciário (CSP), unidade voltada aos que têm problemas mentais ou aguardam por exames psiquiátricos, localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife.
Todos os detentos que fugiram são do sexo masculino, e estavam cumprindo penas em unidades do interior do Estado. São eles:
Alef Paiva Serino da Silva, 28 anos;
Alexsandro da Silva, 37 anos;
Genesis Hellis Alves de Santana, 23 anos;
Genivaldo Cláudio da Silva, 22 anos;
Jadiel Lopes de Oliveira, 23 anos;
José Edson Dos Santos Camilo, 40 anos;
Lucas Rafael da Silva Lira, 23 anos.
O Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco confirmou que recebeu a notificação da fuga. A unidade conta com cerca de 160 presos, mas havia apenas seis policiais penais de plantão.
"No momento do ocorrido, todas as guaritas estavam desativadas, sem a presença de policiais militares e apesar das últimas nomeações, esta unidade não teve aumento no efetivo de policiais penais", denunciou o sindicato.
Por meio de nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) informou que "medidas já foram tomadas para impedir novas evasões e a Polícia Militar já foi acionada para a recaptura dos pacientes".
Até agora, nenhum dos foragidos foi recapturado.
SINDICATO COBRA MELHORIA
Após o episódio da fuga em massa, o Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco cobrou melhorias no sistema prisional.
"O problema de desativação de guaritas vem sendo denunciado por este sindicato, pois cerca de 60% estão desativadas em todas unidades prisionais do Estado. A responsabilidade da guarda externa nas muralhas está sendo realizada pela Policia Militar de Pernambuco, mesmo não fazendo parte das suas atribuições, violando atualmente a Constituição Federal e Estadual", disse um trecho da nota oficial.
"Alertamos que, mesmo com os últimos investimentos no sistema prisional, ainda está longe do mínimo aceitável, principalmente na questão da valorização dos policiais penais, pois os mesmos estão sacrificando a saúde física e mental, com a sobrecarga de trabalho, principalmente por falta de efetivo suficiente, más condições de trabalho e a falta de valorização salarial", afirmou outro trecho.