Uma audiência pública, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), vai discutir o aumento da violência e a crise da segurança pública no Estado. Somente nos dois primeiros meses de 2024, a polícia somou 668 assassinatos. O aumento foi de 10,96% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 602 vidas foram perdidas.
O encontro, a partir das 9h desta quarta-feira (3), no auditório Sérgio Guerra, foi convocado pela Comissão de Segurança Pública e Defesa Social da Alepe. O objetivo, segundo a deputada estadual Gleide Ângelo, é debater e buscar soluções efetivas para reduzir os crimes e melhorar as condições de trabalho dos profissionais da segurança.
"A criminalidade está sem freios em Pernambuco. A bandidagem matou um bebê de nove meses, em Itamaracá. A bandidagem matou uma criança de 10 anos e deixou outra que, com apenas sete anos, está com risco de ficar paraplégica. A bandidagem atirou em outra criança de três anos. É isso que a criminalidade está fazendo em nosso Estado e, se você não tiver investigação, como é que vai prender?", declarou a deputada estadual, que integra a comissão.
O programa Juntos pela Segurança, lançado pela governadora Raquel Lyra em novembro do ano passado, tem como meta a redução de 30% nos indicadores da violência até o final de 2026, tendo como base os números de 2022. Além das mortes violentas intencionais, também serão avaliados os crimes violentos contra o patrimônio, os roubos e furtos de veículos e os registros de violência contra a mulher.
Importante explicar que quando se fala em mortes violentas intencionais, como elas atualmente são classificadas, estão sendo englobados os crimes de homicídios, latrocínios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais.
CONVOCAÇÕES
Foram convocados para a audiência pública representantes das secretarias de Defesa Social, Administração e Administração Penitenciária, além de organizações como o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE), Associação dos Peritos Papiloscopistas Policiais Civis do Estado, União dos Escrivães de Polícia Civil, Associação de Cabos e Soldados e Associação de Polícia Científica.
Também foram convidados representantes da sociedade civil organizada, a exemplo do Instituto Sou da Paz.