Uma megaoperação deflagrada nesta terça-feira (14) cumpriu 25 mandados de prisão preventiva e prendeu em flagrante mais nove pessoas suspeitas de integrarem três facções criminosas especializadas no tráfico de drogas, no comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro, com atuação no Grande Recife e também em João Pessoa, na Paraíba. Seis suspeitos ainda estão sendo procurados.
As investigações, iniciadas há cerca de oito meses, são conduzidas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Pernambuco (FICCO/PE), que conta com representantes das polícias Federal, Civil e Militar, Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização e Polícia Rodoviária Federal.
Foram identificados três grandes fornecedores de entorpecentes, 15 ocupantes das funções de "gerentes" dos negócios ilícitos, além de outras pessoas ligadas às operações logísticas e financeiras das organizações criminosas.
Os três fornecedores, sendo um de João Pessoa, alimentavam os comerciantes de comunidades do Pina, na Zona Sul do Recife. Depois as drogas eram distribuídas para as outras cidades onde os grupos atuam.
"As facções estavam disputando o domínio do tráfico de drogas no Grande Recife. Isso também estava gerando aumento dos homicídios. Posso afirmar que mais de 60 a 70% das mortes na região são por causa do tráfico, seja a disputa pelo domínio do território ou por dívida. Com essas prisões, nossa expectativa é de que os números deem uma baixada", afirmou o secretário de Defesa Social do Estado, Alessandro Carvalho.
"A cada ação como a que ocorreu hoje, há possibilidade de outros (criminosos) assumiram os grupos ou se instalarem conflitos nessas localidades. Mas ficaremos atentos para que não ocorram maiores problemas", completou.
A investigação não conseguiu ainda identificar o número total de pessoas que podem ter sido mortas pelas três facções.
Do total de mandados de prisão cumpridos na megaoperação, 11 foram em unidades prisionais de Pernambuco. Entre os alvos, havia líderes que continuam se comunicando com os grupos criminosos mesmo atrás das grades. Os policiais estiveram no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife; na Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, em Petrolina, no Sertão; e no Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte do Estado.
CENTENAS DE POLICIAIS ENVOLVIDOS
A megaoperação, com participação de 328 agentes de segurança pública, foi chamada de Pertinaz. A palavra é do latim Obstinatus (que se obstina, que persiste, intransigentemente; teimoso; birrento; cabeça-dura).
Além das prisões, foram cumpridos 54 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara da Comarca de Camaragibe, nas cidades de Abreu e Lima; Camaragibe; Igarassu Jaboatão dos Guararapes; Olinda; Paulista; Recife; São Lourenço da Mata; e João Pessoa.
O balanço de drogas, armas e dinheiro apreendidos ainda será divulgado.